Presidente da Casa ficou
contrariado com a falta de pluralidade; performance de artista interpretando um
feto chamou a atenção
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG),
ficou contrariado com o debate realizado na manhã desta segunda-feira (17) no
plenário da Casa, a pedido do senador Eduardo Girão (Novo-CE).
Pacheco não gostou da falta de pluralidade ao ignorar especialistas contrários
ao projeto antiaborto por estupro e o uso de dramatização para discutir o tema,
o que o incomodou profundamente. Durante a sessão para debater a assistolia
fetal, o aborto já previsto em lei, realizada no Senado Federal, houve uma
defesa do projeto que equipara o aborto após a 22ª semana ao crime de
homicídio. A predominância de especialistas contra o procedimento foi evidente,
com apenas parlamentares de oposição presentes, como os senadores Marcos Rogério (PL-RO)
e Damares Alves (Republicanos-DF),
além de outros deputados.
Antes do início do debate, uma
artista realizou uma performance interpretando um feto sendo abortado em frente
à tribuna do Senado, o que gerou polêmica. Girão também convocou um minuto de
silêncio em respeito às mulheres, vítimas e bebês indefesos do aborto, além de
cumprimentar uma turma de uma escola pública de Brasília presente na sessão.
Para dar início às discussões, o deputado federal Zacharias Calil (União-GO)
realizou a simulação do procedimento de assistolia fetal em um manequim de
treinamento que representava o corpo de uma mulher. Outros 17 representantes
convidados para o debate seguiram, sendo metade homens — e todos discursando
contra o aborto legal. O senador Girão afirmou que especialistas com opiniões
divergentes foram convidados, mas não compareceram à sessão.
Por Jovem Pan
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