Edison Geraldo Bovo citou em missa que ex-presidente é o 'maior ladrão do mundo' e que comprou Supremo Tribunal Federal
A defesa do padre Edison Geraldo Bovo, que está sendo processado pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou à Justiça que não deve explicações ao petista.
Lula entrou com “notificação para
explicações” após o padre dizer em missa que o petista é o “maior ladrão do
mundo “e que comprou o Supremo Tribunal Federal”. Bovo atua em Laranjal
Paulista, cidade a 160 quilômetros de São Paulo.
De acordo com os advogados do
padre, “quem deve prestar contas à população são [ex] integrantes do
funcionalismo público, tal como o requerente (Lula) deveria prestar a respeito
de fatos pretéritos que possuem [no mínimo] um cariz imoral”.
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Na resposta, os defensores do
padre citam que não é o pagador de impostos e o cidadão comum que devem prestar
contas das coisas que pensam “em relação às imoralidades ocorridas durante e a
respeito do exercício de mandato presidencial do requerente”.
No embate jurídico, advogados de
Lula questionam se o padre sabe que o ex-presidente “foi absolvido” em ações
criminais.
Entre 2017 e 2019, o
ex-presidente foi condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva em três
instâncias, julgado por nove juízes, mas em 2021 teve as sentenças anuladas por
Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em razão de
entendimento de erro processual por incompetência de foro.
A defesa do padre explica que
Lula não foi absolvido, mas teve ações arquivadas por prescrição.
“Sobre o ponto, por maior que
seja a boa vontade da qual todas as almas são merecedoras, forçoso é reconhecer
que em verdade, muito embora não se possa falar em condenação criminal vigente
contra o senhor ex-presidente da República não é possível reconhecê-lo como
‘absolvido’ quando, em verdade, notícias dão conta da perda do direito do
Estado de punir por força do advento da prescrição”, citam os advogados de
Bovo.
O padre também cita que é um
homem de virtudes que tenta ajudar a população de Laranjal Paulista e região.
De acordo com a petição, Bovo é um dos responsáveis pela Frac-Emaús, entidade responsável
pelo tratamento e recuperação de dependentes químicos e alcoólatras.
“A atuação à frente desta
associação beneficente demanda grande energia e sacrifício do padre Edison e de
muitos outros colaboradores, os quais tiveram seu foco naturalmente prejudicado
pela insegurança [e injustiça] causada pela interpelação judicial da qual ora
se trata”, citam os advogados.
Com a reposta enviada por padre
Bovo, a promotora de Justiça Ana Cláudia Dutra Cristofani pediu intimação de
Lula para “que requeira o que entender de direito”.
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