Ex-ministro disse que 'muitas
estatais são feudos de poderosos e cabide de empregos'
O ex-ministro da Justiça e
Segurança Pública e ex-juiz da Operação Lava Jato em Curitiba Sergio Moro (União Brasil-SP) defendeu nesta
quinta-feira, 19, a privatização da Eletrobras e aproveitou para fazer críticas
ao ex-presidente Lula (PT), pré-candidato ao Palácio do Planalto.
Moro disse que a privatização da
Eletrobras se faz necessária e que “o foco do Estado deve ser Educação, Saúde e
Segurança”. Ele também postou uma charge em que os tentáculos de uma lula estão
em cima de empresas estatais, como a Petrobras, os Correios, o BNDES e a
própria Eletrobras.
“Os R$ 6 bilhões roubados da Petrobras e
recuperados na Lava Jato são a pior face da interferência política em estatais.
Muitas são feudos de poderosos e cabides de emprego. A privatização da
Eletrobras se faz necessária. O foco do Estado deve ser Educação, Saúde e
Segurança”, escreveu.
O petista voltou a se colocar
contrário a capitalização da empresa de energia. “Sem uma Eletrobras pública, o
Brasil perde boa parte da sua soberania e segurança energética”, escreveu nas
redes sociais na quarta-feira 18. Segundo ele, “só que quem não sabe governar
tenta vender empresas estratégicas, ainda mais correndo para vender em
liquidação”.
Como Oeste noticiou ontem,
o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, por 7 votos a 1, a continuidade do
processo de privatização da companhia. Dos oito ministros que votaram, apenas
Vital do Rêgo foi contra. O aval da Corte de contas é uma vitória para o governo
Bolsonaro.
O Ministério de Minas e Energia
(MME), comandado pelo ministro Adolfo Sachsida, comemorou o aval à privatização
dizendo que “trata-se de um dia histórico para o Brasil”. “O MME permanece
comprometido em cumprir, de forma diligente e tempestiva, as próximas etapas do
processo.”
O governo federal optou por
realizar a privatização na forma de uma capitalização, ou seja, serão ofertadas
novas ações da Eletrobras na bolsa de valores, até que a União deixe de ser a
acionista controladora da empresa de energia. A participação estatal será
reduzida dos atuais cerca de 60% para, no máximo, 45% do capital.
Para concluir o processo, o
governo terá de seguir alguns trâmites burocráticos na Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) e na Securities and Exchange Commission (SEC) para que a
oferta de ações da Eletrobras seja concluída. A expectativa é a de que a
operação aconteça entre junho e até, no máximo, meados de agosto.
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