Valor total em 2020 será de R$ 2 bilhões. TSE / Divulgação |
Valor substitui,
desde 2017, as doações de empresas e leva em conta votação do partido nas
últimas eleições e tamanho da bancada no Congresso
Donos das maiores
bancadas na Câmara dos Deputados, o PT e o PSL vão receber as verbas mais altas
do Fundo Eleitoral para custear as campanhas candidatos a prefeitos e
vereadores este ano. Segundo divisão anunciada anteontem pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), o PT terá à sua disposição R$ 200,9 milhões, enquanto o PSL
ficará com R$ 193,7 milhões.
Os critérios para
a divisão do fundo levam em conta os totais de votos recebidos pelos candidatos
dos partidos na eleição anterior, além dos tamanhos das bancadas na Câmara e no
Senado. Uma parte menor é distribuída de maneira uniforme entre todas as
siglas.
Com a pandemia do
novo coronavírus, circularam no Legislativo propostas para que o Fundo
Eleitoral fosse revertido para ações de enfrentamento à crise sanitária.
Levantamento feito pelo Estadão no fim de abril mostrou que ao menos 269
deputados eram a favor de encaminhar parte do dinheiro destinado às campanhas
para o combate ao vírus. Onze projetos de lei sobre o assunto foram
apresentados, e sua aprovação dependia de maioria simples. Essas propostas, no
entanto, não prosperaram na Câmara.
Parcelas
Ao todo, serão
distribuídos R$ 2,034 bilhões para financiar as campanhas políticas. Todos os
33 partidos formalmente registrados no TSE terão direito a alguma parcela do
Fundo Eleitoral. A menor será de R$ 1.233.305,95, para o Unidade Popular (UP),
sigla que foi aprovada pela Justiça Eleitoral em dezembro de 2019.
Depois do PT e do
PSL, o partido terá mais recursos para a campanha será o PSD, com R$ 157,2
milhões. Na sequência, aparecem o MDB e o PP, com, respectivamente, R$ 154,9
milhões e R$ 140,2 milhões.
Os valores serão
transferidos para os diretórios nacionais após as legendas informarem os
critérios de distribuição, conforme previsto em lei. Ao Novo ficaram reservados
R$ 36,6 milhões, mas o partido decidiu renunciar às verbas. Assim, os recursos
deverão voltar ao Tesouro no momento da apresentação da prestação de contas.
Criado em 2017
pelo Congresso como alternativa à proibição do financiamento eleitoral por
empresas, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o fundo contou com
R$ 1,7 bilhão nas disputas de 2018.
O montante
destinado para este ano foi definido pelo Congresso no fim de 2019 e provocou
polêmica. Em dezembro, o elaborar o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA), o
deputado Domingos Neto (PSD-CE), destinou R$ 3,8 bilhões de recursos públicos
para financiar as campanhas. O presidente Jair Bolsonaro declarou publicamente
que não sancionaria a lei com este valor e, após articulação do governo, a
verba foi reduzida para R$ 2 bilhões. O presidente chegou a fazer uma enquete em
suas redes sociais sobre se deveria aprovar a lei, mas acabou sancionando o
valor em 2 de janeiro.
O Fundo Eleitoral
é diferente do Fundo Partidário, que existe desde 1995 e é usado para que as
siglas possam pagar as despesas diárias, como aluguéis, contas de luz e de água
e salários de funcionários. Além de dinheiro público, o fundo partidário é
constituído por multas pagas por legendas e doações.
Agência Estado
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!