Quebra dos
sigilos vale para o período de 2008 a 2017
Mateus
Bonomi/Agif/Folhapress
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Sigilos da
mulher de Flávio e de uma empresa do senador, assim como da esposa e da filha
de Queiroz também teriam sido quebrados
O Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do
senador Flávio
Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, e do
ex-assessor parlamentar do hoje senador Fabrício Queiroz, disseram fontes com
conhecimento do assunto à Reuters nesta segunda-feira (13).
Segundo essas
fontes, que falaram sob condição de anonimato pois o processo corre em segredo
de justiça, os sigilos da mulher de Flávio e de uma empresa do senador, assim
como da esposa e da filha de Queiroz também foram quebrados.
A assessoria de
imprensa do senador confirmou que ele, sua mulher e a empresa de que é dono
tiveram os sigilos quebrados. A quebra dos sigilos vale para o período entre
2008 e 2017.
Queiroz passou
a ser investigado por movimentações atípicas em sua conta bancária
identificadas pelo Coaf (Conselho de Controle da Atividade Financeira) durante
uma operação da Lava Jato que teve como alvo deputados da Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro acusados de receberem propina no esquema do
ex-governador do Rio Sérgio Cabral.
Segundo dados
do Coaf, Queiroz, que foi assessor parlamentar do Flavio Bolsonaro na época em
que o atual senador era deputado estadual, teria movimentado em sua conta mais
de R$ 1 milhão.
Queiroz disse
em entrevistas que fazia “rolo” na compra e venda de carros, mas o Ministério
Público do Rio de Janeiro alega que aos movimentações eram complexas e que não
havia prova documental das operações de compra e venda de carros.
Coaf aponta
movimentação de R$ 1 mi feita por Queiroz
Reprodução/SBT
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O ex-assessor
também chegou a declarar que administrava os recursos da família e que o
dinheiro ganho passava por sua conta. A defesa de Queiroz minimizou a decisão
do TJ do Rio nesta segunda.
“A defesa de Fabrício Queiroz e família recebe
a notícia com tranquilidade, uma vez que seu sigilo bancário já havia sido
quebrado e exposto por todos os meios de comunicação, sendo, portanto, mera
tentativa de dar aparência de legalidade a um ato que foi praticado de forma
ilegal”, disse o advogado de Queiroz , Paulo Klein.
O senador
Flávio Bolsonaro adotou a mesma linha da defesa do ex-assessor para comentar a
quebra dos sigilos e destacou que o sigilo bancário já havia sido quebrado
ilegalmente pelo MP do Rio de Janeiro sem autorização judicial.
“Tanto é que
informações detalhadas e sigilosas de minha conta bancária, com identificação
de beneficiários de pagamentos, valores e até horas e minutos de depósitos, já
foram expostas em rede nacional após o chefe do MP-RJ, pessoalmente, vazar tais
dados sigilosos” disse o senador em nota oficial
“Somente agora,
em maio de 2019 — quase um ano e meio depois — tentam uma manobra para
esquentar informações ilícitas, que já possuem há vários meses”, acrescentou.
Flávio garantiu
não ter cometido nenhum desvio e avaliou que as investigações visam
atingir o governo de seu pai. “A verdade prevalecerá, pois nada fiz de
errado e não conseguirão me usar para atingir o governo de Jair Bolsonaro”
finalizou.
Por Reuters
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