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© Estadão
Conteúdo Os candidatos à Presidência da República
Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede)
participam de debate
eleitoral promovido pela RedeTV! – 17/08/2018
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A primeira
pesquisa Ibope realizada após a facada em Jair Bolsonaro mostra que o postulante do PSL à Presidência
conseguiu crescer também entre eleitorados onde a resistência ao seu nome é
maior, como mulheres e negros. Recortes do levantamento, divulgados nesta
quarta-feira 12, mostram que o capitão avançou enquanto a candidata da
Rede, Marina Silva, que
aparecia mais bem colocada entre esses eleitores, registrou uma queda.
Entre os
negros, a diferença de Bolsonaro para Marina, que era de cinco pontos
percentuais, subiu para doze. O capitão da reserva avançou de 19% para 22%
enquanto a ex-senadora passou de 14% para 10% das intenções de voto. Ela ainda
caiu para o terceiro lugar no segmento, atrás numericamente, apesar de empatada
na margem de erro, com Ciro Gomes (PDT), que apareceu com 12%.
Nas próximas
semanas, a campanha de Bolsonaro nas redes sociais, capitaneada por seus filhos
e aliados, deve explorar ainda mais o fato de uma denúncia contra o deputado
por racismo, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), ter
sido rejeitada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
O candidato do PSL era acusado de discriminação ao dizer, em uma palestra, que
visitou uma comunidade quilombola e que os integrantes dessa população
tradicional “não servem nem para procriar”. “O afrodescendente mais leve lá
pesava sete arrobas”, ironizou.
Fenômeno
parecido se manifestou também em relação às eleitoras mulheres. Entre esse
público, o deputado também cresceu, passando, dentro da margem de erro, de 16%
para 18%. Marina Silva caiu de 14% para 10% no segmento. A diferença,
portanto, passou para 8 pontos porcentuais. Tanto a ex-senadora quanto Ciro,
que passou de 12% para 10%, foram ultrapassados numericamente por Geraldo
Alckmin (PSDB), com 11%.
Apesar do
crescimento, o deputado federal segue tendo um eleitorado que ainda é
majoritariamente masculino e branco. Quando considerados apenas os eleitores
homens, os 18% de Bolsonaro entre as mulheres se transformam em 35%, mesmo
resultado da soma dos quatro candidatos posteriores — Ciro, Marina, Alckmin e
Fernando Haddad (PT). Uma das explicações mais usuais para o fato está na
controvérsia do candidato em relação à desigualdade salarial entre gêneros.
Bolsonaro já
afirmou em entrevista a um programa de TV que não empregaria homens e mulheres
com o mesmo salário e é contra a ingerência do Estado na iniciativa privada
para coibir a diferença, que é proibida em lei. A questão foi explorada por
Marina durante um debate, exibido pela RedeTV!
A pesquisa
Ibope ouviu 2.002 eleitores em 145 cidades entre os dias 8 e 10 de setembro. A
margem de erro é de 2 pontos porcentuais, para mais ou para menos, e o índice
de confiança é de 95%. O levantamento está registrado no Tribunal Superior
Eleitoral sob o protocolo BR05221/2018.
Guilherme
Venaglia
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