Vaccarezza
foi preso por suspeita de crimes na
Petrobras
(Foto: Giuliano Gomes/PR Press)
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Investigados foram presos na
sexta-feira (18) na 43ª e 44ª fases da Lava Jato. Advogados de Cândido
Vaccarezza pediram a revogação da prisão.
O prazo das prisões temporárias do
ex-líder do PT na Câmara dos Deputados Cândido Vaccarezza, do operador
financeiro Henry Hoyer de Carvalho e do ex-gerente da Petrobras Márcio
Albuquerque Aché Cordeiro, que foram detidos pela Lava Jato, vence nesta terça-feira
(22).
As prisões foram determinadas pelo juiz federal Sérgio Moro e cumpridas
na sexta-feira (18), na 43ª e na 44ª fases da operação. As duas
etapas investigam os crimes de corrupção, desvio de verbas públicas e lavagens
de ativos identificados em contratação de grandes empresas com a Petrobras.
(Correção: a reportagem errou
ao informar que as prisões temporárias venciam na segunda-feira. O prazo vence
nesta terça (22). O erro foi corrigido às 7h38).
Com o fim do prazo, a prisão
temporária poderá ser prorrogada por mais cinco dias ou convertida para
preventiva, que é quando não há prazo definido para que os investigados deixem
a prisão. Os pedidos para a prorrogação ou conversão poderão ser feitos tanto
pela PF quanto pelo Ministério Público Federal (MPF). Já a decisão cabe ao juiz
federal Sérgio Moro.
Na madrugada desta terça, os
advogados de Vaccarezza protocolaram um documento no sistema eletrônico da
Justiça Federal pedindo a revogação da prisão dele. Eles disseram que ele se
encontra em um processo de tratamento de um câncer de próstata.
Vacarezza prestou depoimento à PF nesta segunda-feira (21). Ele
é suspeito de receber US$ 438 mil em propina por contrato na Petrobras até
2011. Investigadores da PF dizem que o ex-deputado favoreceu a contratação da
empresa norte-americana Sargeant Marine, que forneceu asfalto para a estatal
entre 2010 e 2013.
O advogado dele, Marcellus
Ferreira Pinto, afirmou que todos os esclarecimentos foram dados no
interrogatório e que não há provas de que ele participou do esquema na
Petrobras.
Principais pontos das
investigações
- Ações apuram o favorecimento de empresas
estrangeiras em contratos com Petrobras.
- Operação Abate investiga fraudes no fornecimento de
asfalto para a Petrobras por uma empresa norte-americana, entre 2010 e
2013.
- Funcionários da Petrobras, o PT e, principalmente,
Cândido Vaccarezza teriam recebido propinas que somam US$ 500 mil no
esquema da Abate.
- Operação Sem Fronteiras investiga o pagamento de
propinas para contratação de armadores (transportadores marítimos) da
Grécia, entre 2009 e 2013.
- Ao menos 3% dos contratos com as empresas gregas,
que superaram US$ 500 milhões, seriam propina para políticos, funcionários
da estatal e operadores financeiros.
- As investigações surgiram da delação do ex-diretor
da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Operação Sem Fronteiras
Segundo a PF, o foco da Sem
Fronteiras é a relação ilícita entre executivos da Petrobras e grupo de
armadores gregos para obter contratos milionários com a empresa brasileira.
As investigações tiveram início a
partir de relato do colaborador e ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
Paulo Roberto Costa e se desenvolveram com a análise de materiais apreendidos
na 13ª fase da operação.
Os procuradores dizem que Costa
ajustou com o cônsul honorário da Grécia no Brasil, Konstantinos Kotronakis, um
esquema de facilitação de contratação de navios gregos por meio do fornecimento
de informações privilegiadas e o pagamento de propinas.
A força-tarefa da Lava Jato chegou
a pedir a prisão do cônsul honorário da Grécia, mas o juiz Sérgio Moro
indeferiu.
"Relativamente a Konstantinos
Georgios Kotromakis, embora sejam cabíveis tanto a prisão preventiva como a
temporária, resolvo substituir as medidas mais drásticas por cautelares
alternativas. Afinal, Konstantinos Georgios Kotromakis é cônsul honorário da
Grécia no Brasil", explicou Sérgio Moro. O cônsul não pode deixar o país,
nem a cidade de residência e deve entregar os passaportes.
A defesa Konstantinos e Georgios
Kotronakis disse que os clientes têm total interesse em esclarecer os fatos e
contribuir com o trabalho da Justiça.
Operação Abate
A outra é a Operação Abate, que
mira um grupo criminoso que era apadrinhado por Cândido Vaccarezza, cuja
influência era utilizada para a obtenção de contratos da Petrobras com empresa
estrangeira. Nesta relação criminosa, recursos foram direcionados para
pagamentos indevidos a executivos da estatal e agentes públicos e políticos,
além do próprio ex-parlamentar, segundo a PF.
Essa investigação trata do
fornecimento de asfalto para a Petrobras pela empresa norte-americana Sargeant
Marine, que também teve início a partir do relato Costa. Foram colhidas provas
adicionais a partir de buscas e apreensões da 1ª e da 16ª fases da operação
Lava Jato, além de resultados de quebra de sigilo bancário, fiscal e telemático
e de pedidos de cooperação internacional.
As provas apontam que Vaccarezza
utilizou a influência decorrente do cargo em favor da contratação da Sargeant
Marine pela Petrobras e que isso culminou na celebração dos contratos, entre
2010 e 2013, no valor de aproximadamente US$ 180 milhões, segundo os
procuradores.
Por G1 PR, Curitiba
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