O total pago em propinas pela
Odebrecht na Colômbia foi de US$ 27,7 milhões, e não US$ 11,1 milhões, como
informado preliminarmente pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos,
informou nesta terça-feira (25) o Ministério Público do país sul-americano em
um comunicado.
O valor das propinas pagas na
construção da Rota do Sol II foi calculado com base nas investigações de
diferentes órgãos, afirmou o procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto
Martínez, que leu um comunicado sobre o caso aos jornalistas.
"Os supostos pagamentos
irregulares não foram de 21 milhões de pesos colombianos. Os pagamentos que a
Odebrecht fez na Colômbia não foram como se disse no relatório internacional de
dezembro de 2016, mas sim subiram para a apavorante soma de 84 milhões de pesos
(US$ 27,7 milhões)", destacou Martínez.
Como parte das evidências
materiais, a Procuradoria disse que a construtora brasileira fez pagamentos de
US$ 11,4 milhões através de suas filiais no país para a construção do trecho
Ocaña-Gamarra, uma adição à Rota do Sol.
"Até o momento identificamos
pagamentos irregulares por esse trecho no valor de US$ 11,4 milhões. Várias
pessoas teriam atuado como intermediários e facilitadores dessas
operações", diz a nota lida por Martínez aos jornalistas.
"Eles cobravam comissão por
esse trabalho, que a Promotoria tipifica como lavagem de dinheiro, para
posteriormente fazê-las chegar aos seus destinatários finais", explicou o
procurador.
A Procuradoria identificou pelo
menos cinco pessoas jurídicas utilizadas como intermediárias. As empresas
teriam sido usadas para assinar contratos com a Concessionária Rota do Sol 2 e
o Consórcio Construtor da Rota do Sol, filiais da Odebrecht.
Entre eles, afirmou Martínez, se
destaca o pagamento para uma empresa panamenha de US$ 2,73 milhões, com o
objetivo de "elaborar estudos e projetos" para um dos trechos. O
dinheiro foi pago a partir da Colômbia para um banco do Panamá.
"Depois de essa soma ter
transferida para o exterior, esses recursos foram retornados novamente ao país
por meio de uma empresa colombiana, já identificada, para posteriormente
entregar esse dinheiro", acrescentou o procurador no comunicado.
Beneficiários
A Promotoria continua trabalhando
para identificar os beneficiários de dois pagamentos realizados em 2010 e 2014,
que teriam usado a mesma modalidade de contratos simulados.
Desse modo, considerando os US$
11,1 milhões anunciados pelo Departamento de Justiça dos EUA, a Procuradoria da
Colômbia acredita que a Odebrecht pagou no total US$ 27,7 milhões em propinas.
Até o momento, foram presos o
ex-vice-ministro de Transportes Gabriel García Morales, o ex-senador Otto Bula,
o ex-assessor da Agência Nacional de Infraestrutura Juan Sebastían Correa, além
dos empresários César Hernández, Gustavo Urrego e dos irmãos Enrique e Eduardo
Ghisays.
Também serão acusados pelos crimes
de comum acordo para delito grave e lavagem de dinheiro o português Eder Paolo
Ferracuti e os brasileiros Márcio Marangoni e Amilton Ideaki.
Outros que deverão responderam
pelas duas acusações anteriores e mais pelo crime de enriquecimento ilícito são
Federico Gaviria, Eduardo Zambrano e Gustavo Torres, todos empresários.
Por Agencia EFE
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