© DANIEL
TEIXEIRA/ESTADÃO Os ex-presidentes da República
Lula e Dilma
Rousseff no 6.º Congresso Nacional do PT em Brasília
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BRASÍLIA - O ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e a cúpula do PT avaliaram que o presidente Michel Temer
pode ganhar sobrevida política porque está sendo mais rápido na reação às
denúncias contra ele do que o PT e outros partidos da oposição nos ataques.
Em conversa com deputados,
senadores e dirigentes antes da abertura do 6.º Congresso Nacional do partido,
Lula disse que o governo, mesmo em situação crítica, tem conseguido reaglutinar
forças, enquanto o PT precisa de uma bandeira para reconquistar a confiança da
sociedade. O evento petista começou nesta quinta-feira, 2, em Brasília.
A portas fechadas, Lula e seus
correligionários também consideraram que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
deve suspender o julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, marcado para
ser retomado no dia 6. “O único jeito de Temer cair é se o TSE cassar a chapa.
Impeachment não cabe neste caso e ele (Temer) já disse que não renuncia”,
afirmou o deputado Zé Geraldo (PT-PA).
Integrantes da cúpula petista
apostam que um dos sete ministros do TSE pedirá vista do processo, o que daria
tempo para Temer tentar salvar seu mandato. O diagnóstico do partido é o de
que, neste momento, o presidente pode ficar “sangrando”.
“Nada é impossível. Acho que Temer
está buscando uma ‘sarneyzação’, que pode se arrastar por um tempo e agarrar em
todos nós como uma sarna”, disse Marco Aurélio Garcia, ex-assessor especial da
Presidência.
Legitimidade. Defensor
de eleições diretas com mandato excepcional de cinco anos em caso de vacância na
Presidência, o ex-ministro Jaques Wagner disse que “Temer tem mais legitimidade
para continuar no cargo do que qualquer nome escolhido em uma eventual eleição
indireta”. “Querendo ou não, ele estava na linha sucessória da Presidência”,
disse o ex-ministro. “Ele era vice. É lógico que traiu a Dilma, mas era vice.”
Segundo Wagner, o Brasil não é
parlamentarista para trocar de presidente “de seis em seis meses”. “Estamos
brincando com coisas com as quais não podemos brincar. A briga política é
fundamental para oxigenar a democracia, mas não pode asfixiar o País. Quando a
democracia vira uma questão de conveniência a gente está mal.”
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