© Marco Ambrosio/FramePhoto Geddel Vieira Lima (PMDB-BA)
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O doleiro Lúcio
Funaro entregou à Polícia Federal registros de pelo menos doze
ligações do ex-ministro Geddel Vieira Lima para sua esposa,
Raquel Pitta, para corroborar o que disse em seu depoimento. Segundo Funaro,
que negocia um acordo de colaboração, Geddel havia tentado sondá-lo para saber
de sua disposição em fazer uma delação premiada.
As ligações
foram feitas via WhatsApp – mais difícil de ser grampeada – entre os dias 17 de
maio e 1º de junho deste ano, sendo que a primeira aconteceu logo depois da
publicação das primeiras informações sobre a delação premiada dos executivos da
JBS.
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‘Carainho’
As imagens da tela
do celular da mulher de Funaro foram entregues à PF com a descrição de serem
ligações entre a esposa de Funaro e “Carainho” – nome sob o qual Geddel estava
registrado no celular. O número que aparece nas ligações é efetivamente o do
ex-ministro do governo Michel Temer.
A preocupação
de Geddel com possíveis delatores também foi relatada por Joesley Batista. Em
seu depoimento, o dono da JBS afirmou que o ex-ministro o procurava de vez em
quando e perguntava: “E o passarinho? Está calmo?”. Era uma referência velada
ao ex-deputado federal Eduardo Cunha, preso em Curitiba na Operação Lava Jato,
e a suas intenções de contar o que sabe ao Ministério Público Federal.
Geddel é
apontado por Joesley e pelos outros delatores da JBS como o homem que fazia a
ligação entre Temer e o empresário. Depois de o ministro deixar o governo,
acusado de pressionar pela liberação de uma obra em Salvador onde tem um
apartamento, Joesley teria passado a tratar com Rodrigo Rocha Loures, então
assessor especial de Temer.
Defesa
A defesa de
Geddel rechaçou “a prática de qualquer ilicitude” do ex-ministro. “É importante
ser ressaltado que, desde que se viu injustamente enredado em procedimentos de
apuração instaurados em seu desfavor, o senhor Geddel Vieira Lima colocou-se à
disposição de todas as autoridades constituídas, comparecendo espontaneamente
para prestar declarações, inclusive com deslocamentos para a capital federal,
disponibilizando os seus sigilos bancário e fiscal, não criando qualquer óbice
para o prosseguimento das investigações”, diz a defesa.
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