Foto de
arquivo, de 5 de agosto de 2015, mostra uma aeronave
de transporte Shaanxi Y-8 da Força Aérea de
Mianmar,
semelhante à
que está desaparecida (Foto: Ye Aung Thu / AFP)
|
Avião continha 122 pessoas a
bordo, entre elas familiares de militares, inclusive crianças.
A Marinha de Mianmar anunciou
nesta quinta-feira (8) ter encontrado no Oceano Índico a fuselagem e corpos do avião
desaparecido na véspera com 122 pessoas a bordo. "Encontramos o
avião e alguns corpos esta manhã, às 8h25 (22h55 de quarta, em Brasília)",
informou um porta-voz militar.
Os destroços foram localizados por
uma equipe de resgate da Marinha diante da costa de Launglon, no Mar de
Andamão, na zona do Oceano Índico ao sul de Mianmar.
Os socorristas recuperaram 10
corpos até agora, sendo 6 adultos e 4 crianças.
Uma roda de avião, dois coletes
salva-vidas e alguns sacos com roupas também foram encontrados, segundo o
Exército.
Nove navios da Marinha e três
aviões da Força Aérea participavam das buscas do avião, que desapareceu na
quarta (7), quando fazia a rota entre Myeik e Rangum.
As últimas informações revelam a
presença de 122 pessoas a bordo, incluindo familiares de militares - sendo 15
crianças - e 35 soldados, além de 14 tripulantes.
"Alguns viajavam por razões
médicas ou por motivos escolares", disse um oficial.
O contato com o avião foi perdido
quando \a aeronave sobrevoava a região de Dawei, sudeste de Mianmar, perto do Mar
de Andamão.
Apesar de ser período de monções
em Mianmar, as condições climáticas não eram ruins no momento em que o avião
desapareceu.
O piloto, tenente-coronel Nyein
Chan, tinha mais de 3 mil horas de voo.
A aeronave era um Y-8F-200
turboélice de quatro motores, de fabricação chinesa, modelo muito utilizado
pela Força Aérea do país para o transporte de pessoas ou de cargas.
As autoridades militares disseram
que o avião foi entregue em março do ano passado e tinha apenas 809 horas de
voo.
A manutenção do equipamento
militar neste país, um dos mais pobres do sudeste asiático, é objeto de
dúvidas, apesar do peso político das Forças Armadas.
A dissolvida junta militar
birmanesa adquiriu aparatos da China durante os 50 anos de isolamento, quando o
país era alvo de sanções ocidentais.
Um ex-funcionário do Ministério da
Aviação afirmou que muitos dos aparelhos da frota birmanesa são velhos.
"A Força Aérea birmanesa tem
péssimos antecedentes em termos de segurança aérea", ressaltou, pedindo
anonimato.
Em junho de 2016, um helicóptero
militar Mi-2 caiu, causando três mortes, na província central de Bago. O mau
tempo foi a causa do acidente. Em fevereiro daquele ano, cinco soldados
morreram quando o avião militar em que viajavam pegou fogo logo após a
decolagem perto de Naypyidaw, capital administrativa.
Desde a abertura do país após a
dissolução da junta militar em 2011, o aumento dos voos nacionais pressionou a
já deteriorada estrutura de transporte aéreo do país.
Os voos comerciais também
registram acidentes com frequência. O pior nos últimos anos foi em 2012, quando
um avião da Air Bagan caiu ao pousar no aeroporto de Heho. Um passageiro e um
motociclista morreram.
Em 1998 o país registrou outro
acidente, quando uma aeronave da companhia Myanmar Airways com 39 pessoas a
bordo desapareceu. Os destroços foram encontrados quatro dias após o seu
desaparecimento.
Por G1
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