O
ex-todo-poderoso Cabral: está duro negociar uma delação
para aliviar
o tempo de prisão.
(José Lucena/FuturaPress/Estadão Conteúdo)
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Além das esperadas condenações em
dez ações judiciais, o ex-governador do Rio provavelmente enfrentará novos
processos por corrupção e lavagem de dinheiro
Preso desde novembro do ano
passado, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), tem se
revelado imbatível em quebrar recordes. Nenhum político brasileiro tornou-se
alvo de tantas ações penais (ele cravou dez) na operação Lava-Jato. Até agora
também não apareceu ninguém que teve o próprio bolso tão generosamente irrigado
pelo propinoduto — os procuradores recuperaram mais de 300 milhões de reais em
quinze contas no exterior que, embora em nome de doleiros, são de Cabral. Na
última terça 13, ele deu mais um passo em direção ao topo do ranking da
vergonha. O juiz Sérgio Moro o condenou a 14 anos e dois meses de prisão por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. “Ainda tem muita coisa para vir por
aí”, antecipou a VEJA um procurador envolvido nas investigações no Rio de
Janeiro. O desenrolar de novos fios do engenhoso esquema de corrupção
fluminense aponta para contratos selados entre o governo e empresas de
comunicação e prestadores de serviços nas áreas de saúde e educação.
Com base nas dez denúncias
oferecidas pelo Ministério Público Federal, VEJA ouviu advogados criminalistas
e procuradores para projetar o futuro penal do ex-governador, que de róseo não
tem nada. Se mantida a dosimetria média adotada pelo juiz paranaense nos demais
casos, Cabral seria condenado a 140 anos de prisão e só poderia tentar
progressão para o regime semiaberto ou até aberto depois de 23 anos de cadeia.
Por Thiago Prado
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