O
ex-presidente foi o último réu a depor no processo. Agora,
o Ministério
Público Federal e as defesas dos envolvidos poderão
pedir as últimas diligências. Foto Montagem
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Ex-presidente foi o último a
ser interrogado. Agora, o MPF e as defesas dos envolvidos poderão pedir as
últimas diligências.
Após
o depoimento de quase 5 horas do ex-presidente e Luiz Inácio Lula
da Silva nesta quarta-feira (10), o processo no qual ele é réu chega à fase
final. Lula é acusado de receber R$ 3,7 milhões em propina, de forma
dissimulada, da empreiteira OAS. Em troca, ela seria beneficiada em contratos
com a Petrobras.
O ex-presidente foi o último réu a
depor no processo. Agora, o Ministério Público Federal e as defesas dos
envolvidos poderão pedir as últimas diligências. Caso isso não ocorra, o juiz
Sérgio Moro, responsável por ações da Lava Jato na primeira instância da
Justiça, determinará os prazos para que as partes apresentem as alegações
finais.
Em seguida, os autos voltam para
Moro, que vai definir a sentença, podendo condenar ou absolver os réus (veja
quem são eles). Não há prazo para que a sentença seja publicada.
No início do depoimento, Moro
esclareceu que não tem nenhuma desavença pessoal com Lula, e negou boatos de
que ele poderia ser preso durante o interrogatório.
“Vamos deixar claro que quem faz a
acusação neste processo é o Ministério Público, e não o juiz. Estou aqui para
ouvi-lo e para proferir um julgamento ao final do processo. Também vou deixar
claro, senhor ex-presidente, houve alguns boatos no sentido de que haveria a
possibilidade de ser decretada a sua prisão durante esse ato, e isso são boatos
que não têm qualquer fundamento”, disse o juiz.
Acusação
Segundo o Ministério Público
Federal (MPF), a OAS destinou ao ex-presidente um apartamento triplex, em
Guarujá (SP), fez reformas neste mesmo imóvel e também pagou a guarda de bens
de Lula em um depósito da transportadora Granero.
Em 14 de setembro 2016, o MPF
denunciou o ex-presidente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Seis
dias depois, a Justiça aceitou a denúncia, e Lula e outras sete pessoas viraram
réus. Entre eles, estava a ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu em
fevereiro deste ano.
Lula nega
Em seu depoimento nesta quinta,
Lula negou ser dono do tríplex. "Eu não solicitei, não recebi, não paguei
nenhum triplex. Não tenho". Em outro momento do interrogatório, ele também
negou que pretendia comprar o imóvel. "Nunca tive a intenção de adquirir o
triplex."
Lula confirmou que visitou o
imóvel, porque a OAS pretendia vendê-lo para sua família. Mas disse que não
orientou nenhuma reforma no imóvel.
O ex-presidente também questionou
em diversos momentos do interrogatório se há documentos que provam a posse do
apartamento e se o MPF tem provas que sustentem a denúncia. “O que eu quero é
que se pare com ilações e que me diga qual é o crime que eu cometi. O crime não
é conversar com alguém na agenda. O crime não é ter ido ver um tríplex. O crime
eu cometi se eu comprei o apartamento, se tem documento que eu comprei, se me
deram a chave, se eu dormi lá alguma vez, se a minha família dormiu, se tem
escritura pública".
Por G1
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