Agentes da
Polícia Federal chegaram às 5h54 no prédio na
Avenida Vieira Souto, em Ipanema (Foto:
Cristina Boeckel / G1)
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Irmã dele, Andrea Neves, foi presa
em Minas. A pedido de Janot, Fachin afastou Aécio do Senado e negou pedido de
prisão. Operação teve início após delação do dono da JBS.
A Polícia Federal (PF) e o
Ministério Público Federal (MPF) cumprem nesta quinta-feira (18) mandados de
buscas e apreensão em imóveis ligados ao senador Aécio Neves no Rio, em
Brasília e em Minas Gerais, e no gabinete dele, no Congresso. Agentes também
cumpriram um mandado de prisão contra a irmã dele. Andréa Neves foi presa em
casa, em Belo Horizonte.
Os mandados foram expedidos pelo
ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF),
que também mandou afastar o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), do
mandato de senador.
Pela manhã, o G1 informou que o magistrado
decidiu levar ao plenário o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR)
para prender o parlamentar tucano. Horas depois, o Supremo informou que Fachin
negou o pedido de prisão.
Entenda o que está acontecendo nesta quinta
A delação dos irmãos Joesley e
Wesley Batista, donos do frigorífico JBS, levantou suspeitas sobre políticos e
um procurador da República.
Nesta quarta, "O Globo"
informou que o dono da JBS gravou Temer dando aval para comprar o silêncio de
Eduardo Cunha. O presidente disse que se reuniu com o empresário Joesley
Batista, mas "jamais" tentou evitar a delação de Cunha.
Aécio é investigado por pedir R$ 2
milhões à JBS para pagar pela sua defesa na Lava Jato. O tucano nega.
Os depoimentos desencadearam
decisões no STF e operações da Polícia Federal.
A Procuradoria Geral da República
(PGR) pediu a prisão de Aécio Neves, mas o ministro Edson Fachin autorizou
apenas o afastamento dele do Senado.
O STF também autorizou o
afastamento do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) . Ele teria sido
indicado por Temer para receber propina.
O Congresso ainda não se
pronunciou sobre as decisões do STF.
A PF faz buscas em endereços
ligados a Aécio Neves no Rio, Brasília e em Minas Gerais.
A irmã do senador tucano, Andrea
Neves, foi presa em Belo Horizonte.
O primo de Aécio, Frederico
Pacheco de Medeiros, foi preso em Minas Gerais. Também foram detidos Menderson
Souza Lima, assessor do senador Zezé Perrela, e uma irmã do doleiro Lucio
Funaro.
Os gabinetes de Zezé Perrela e de
Rocha Loures também são alvos de buscas.
A PF prendeu o procurador da
República Ângelo Goulart Villela, do TSE. Ele é suspeito de favorecer uma
empresa do grupo J&F.
Afastamento de Rocha Loures
O relator da Lava Jato determinou
que o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) seja afastado da Câmara.
Fachin, a exemplo do que decidiu em relação a Aécio, também preferiu enviar ao
plenário do tribunal o pedido da PGR para prender o deputado do PMDB.
Irmã de Aécio Neves é presa na
Região Metropolitana de Belo Horizonte
Operação Patmos
A operação que tem Aécio como um
dos alvos foi batizada pela Polícia Federal como Patmos, em referência à ilha
grega onde o apóstolo João teve visões do Apocalipse.
O acesso aos corredores dos
gabinetes dos senadores Aécio Neves e do deputado Rodrigo Rocha Loutes
(PMDB-PR) no Congresso Nacional foram bloqueados nesta manhã.
Os agentes da PF chegaram ao
Congresso pela Chapelaria, o acesso principal às duas Casas legislativas. Eles
carregavam malotes para apreender documentos e possíveis equipamentos
eletrônicos.
No Rio, foram cumpridos mandados
de busca e apreensão em três endereços: os apartamentos de Aécio e da irmã
dele, e o imóvel de Altair Alves Pinto, conhecido por ser braço direito de
Cunha.
Fachin também expediu mandado de
prisão contra o advogado Willer Tomaz, que é ligado a Eduardo Cunha.
Em São Paulo, houve buscas em
imóvel do coronel João Batista Lima Filho. O militar é amigo de Michel Temer.
Agentes da PF entram no
apartamento do senador Aécio Neves (PSDB) em Ipanema
No apartamenteo de Aécio em
Ipanema, um chaveiro foi chamado para auxiliar o trabalho dos agentes, já que
ninguém foi encontrado para abrir a porta. Por volta das 6h25, os agentes
conseguiram entrar no apartamento após acionar um chaveiro para abrir a porta.
O funcionário de um hotel que fica
ao lado do edifício foi chamado para servir de testemunha. Após a abertura, foi
confirmado que o imóvel estava vazio. A polícia saiu por volta das 8h30,
levando documentos.
No apartamento de Andréa, em
Copacabana, também na Zona Sul do Rio, os agentes não localizaram ninguém e
também tiveram ajuda de um chaveiro para entrar. Por volta das 9h40, a PF
deixou o local levando um malote.
Chaveiro é chamado para abrir
apartamentos de Aécio e irmã
Pouco antes das 6h, os agentes
chegaram na casa de Altair, na Rua Conselheiro Olegário, na Tijuca, Zona Norte
do Rio. Segundo informações da TV Globo, a mulher dele estava em casa e abriu a
porta para os agentes, que realizaram as buscas.
Altair já trabalhou no gabinete do
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e também no gabinete de outros deputados
ligados ao ex-presidente da Câmara. Ele já foi apontado por Fernando Baiano por
ser o responsável por transportar propinas para Cunha.
Prisão de procurador
O procurador da República Ângelo
Goulart Villela, que atua no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi preso nesta
manhã pela Polícia Federal. Agentes da PF cumpriram mandados de busca e
apreensão na sede da Corte eleitoral, em Brasília.
Por ordem da PGR, foram
apreendidos o computador, um HD externo e documentos na mesa de trabalho de
Villela.
A medida se dá em razão da atuação
do procurador no âmbito da Procuradoria Regional da República da 1ª Região,
instância do Ministério Público Federal que atua junto à Justiça Federal em
Brasília.
Delação da JBS
Reportagem publicada nesta quarta
(17) no site do jornal "O Globo" revelou que o dono do frigorífico
JBS Joesley Batista entregou à Procuradoria Geral da República uma gravação na
qual Aécio pede ao empresário R$ 2 milhões.
No áudio gravado por Joesley, com
duração de cerca de 30 minutos, o presidente nacional do PSDB justifica o
pedido dizendo que precisava da quantia para pagar sua defesa na Lava Jato. O
senador tucano é alvo de seis inquéritos no Supremo relacionados à Lava Jato.
O jornal também informou que o
dono do frigorífico JBS entregou uma gravação feita em 7 de março deste ano em
que o presidente da República, Michel Temer, indica Rocha Loures para resolver
assuntos da holding J&F no Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade).
Rocha Loures já foi chefe de
Relações Institucionais da Presidência, quando Temer era vice-presidente. Após
o impeachment de Dilma Rousseff, o parlamentar peemedebista atuou como assessor
especial da Presidência. Ele assumiu uma cadeira na Câmara no momento em que o
Osmar Serraglio (PMDB-PR) deixou o parlamento para assumir o comando do
Ministério da Justiça.
A reportagem relata que o dono da
JBS marcou um encontro com Rocha Loures em Brasília e contou o que precisava no
Cade. Pelo serviço, segundo "O Globo", Joesley ofereceu propina de 5%
e Rocha Lores deu o aval.
O que dizem os alvos da operação
O G1 ainda não conseguiu contato
nesta quinta-feira com a assessoria de Aécio Neves. Na noite desta quarta, a
assessoria de imprensa do parlamentar mineiro afirmou que ele "está
absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos".
A assessoria de Rocha Loures disse
à TV Globo que o deputado do PMDB, que está nos Estados Unidos, irá retornar ao
Brasil nesta quinta. Ainda de acordo com os assessores, somente quando
desembarcar no país, nesta sexta (19), ele irá se pronunciar sobre as
acusações.
Em vídeo públicado em sua página
no Facebook, Zezé Perrella afirmou que "nunca" recebeu "um real
sequer" da JBS. "Eu quero dizer para os que me conhecem e para os que
não me conhecem que eu nunca falei com o dono da Friboi. Não conheço ninguém
ligado a esse grupo. Nunca recebi de maneira oficial ou extra-oficial um real
sequer dessa referida empresa", diz o senador no vídeo.
A assessoria do senador Zezé Perrela
disse que continua valendo o esclarecimento de ontem à noite. Sobre os
desdobramentos de hoje, vai esperar ter acesso aos autos pra se manifestar.
A defesa do deputado cassado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que ainda está “tomando pé” da delação dos donos
da J&F e da operação desta quinta-feira da PF.
O Senado informou à TV Globo que,
até o momento, ainda não recebeu oficialmente o mandado do ministro do Supremo
que mandar afastar Aécio do parlamento.
Por G1 Rio
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