Criminoso foi localizado por
produtor do Fantástico depois de contar a um amigo americano que teria cometido
um assassinato e escapado da justiça
Acusado pela morte do enteado Joaquim Ponte Marques, de apenas
3 anos, em 2013, Guilherme
Raymo Longo foi preso
na última quinta-feira em Barcelona, na Espanha, pela Organização Internacional de Polícia
Criminal (Interpol). Desaparecido há 7 meses, Longo foi encontrado
depois de contar a um americano que havia cometido um assassinato em 2013 e
vangloriar-se de ter escapado da polícia. O americano contou o caso a uma amiga
brasileira, que mora no Chile e não quis se identificar. Ela reconheceu
Longo e entrou em contato com o advogado de Arthur Paes, pai do
menino.
Com base nas informações
compartilhadas pela brasileira, o produtor doFantástico, Evando
Siqueira, conseguiu rastrear os passos de Longo e descobriu seu paradeiro em
Barcelona, como mostrou o programa neste domingo. Longo tirou um
passaporte no final de 2016 com o nome falso de Gustavo Triani e
fugiu para o Uruguai, de onde embarcou para Espanha. Siqueira esteve no
alberque em que ele se hospedou no começo do mês e teve acesso à copia de seu
passaporte, documento obrigatório para fazer o check-in, que mostrou que o
homem que se apresentava como Gustavo era mesmo Longo.
Apesar de já não estar mais
hospedado no albergue, o suspeito deixou no local pistas que levaram a sua
captura. Longo havia comentado que estava procurando emprego e indicou os
bares e restaurantes que frequentava. Em um deles, deixou seu currículo, com um
número de telefone para contato. Além disso, Longo tinha uma página na rede
social Facebook com sua identidade falsa e participava de um grupo online
de brasileiros em Barcelona. A produção doFantástico marcou
por mensagem um encontro oferendo emprego e alertou as autoridades.
Longo está preso no complexo
penitenciário de Barcelona e deve ser encaminhado ao presídio de Tremembé, no
interior paulista, onde aguardará pelo julgamento, ainda sem data
definida. Denunciado por homicídio triplamente qualificado, sua pena pode
chegar a 30 anos de prisão. Seu advogado nega o envolvimento de Longo na morte
do enteado.
O crime
Segundo as investigações, Joaquim
foi vítima de uma dose excessiva de insulina, aplicada pelo padrasto em
Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Joaquim era diabético e dependia
da medicação. Após a morte do menino, Longo teria jogado o corpo no córrego
Tanquinho, localizado a cerca de 200 metros de onde moravam e, de lá, ele teria
sido levado pela correnteza até o rio Pardo, em Barretos, interior paulista.
O crime, que aconteceu em novembro de 2013, teve grande
repercussão e o padrasto e a mãe da criança, a psicóloga Natália Ponte, chegaram
a ser presos. Longo, que inicialmente negava o crime, confessou o
assassinato do garoto em entrevista à TV Record. Em seguida, desmentiu e alegou
ter inventado a história porque teria ganhado dinheiro para conceder a
entrevista. Entretanto, em outra reviravolta antes da fuga, deixou uma carta na
qual novamente deu a entender que teria matado o enteado.
Em 2016, Longo conseguiu liberdade
provisória e desapareceu. O pai biológico do menino, Arthur Paes, passou a
fazer campanha para localizar o assassino do filho e a Secretaria de Segurança
Pública (SSP) ofereceu recompensa de até 50 mil reais a quem
desse informações.
Ainda não se sabe como Longo
conseguiu tirar um passaporte verdadeiro, nem quem teria financiado sua viagem.
Em nota ao Fantástico, seu primo disse que seu nome foi
usado indevidamente e que nunca emprestou nenhum documento.
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