Opositores
marcham nesta sexta-feira (28) até a prisão de Ramo
Verde, nas imediações de Caracas, onde estão
presos políticos
(Foto: AP
Photo/Fernando Llano)
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Manifestantes foram à prisão de
Ramo Verde, na periferia de Caracas, e a centro do serviço de inteligência na
capital.
Centenas de venzuelanos se
dirigiam nesta sexta-feira (28) para as prisões onde estão detidos Leopoldo
López e outros políticos para reclamar sua liberdade, ao completar um mês de
intensos protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro.
Grupos de opositores se
concentraram em distintos pontos de Caracas para se dirigir a Ramo Verde e ao
centro de reclusão do serviço de inteligência El Helicoide, na capital, onde se
encontram vários opositores presos. Também há mobilizações em outras cidades do
país.
Maduro enfrenta há um mês uma onda
de protestos que exige eleições-gerais e que provocou violentos confrontos
entre as forças de segurança e manifestantes, que já deixaram quase 30 mortos e
centenas de feridos e detidos.
"Liberdade, liberdade!",
gritavam os manifestantes, usando camisetas com o rosto de López, enquanto
avançavam a caminho de Ramo Verde, periferia de Caracas, onde o líder opositor
cumpre uma pena de quase 14 anos acusado de incitar a violência nos protestos
de 2014.
Milhares elementos da Guarda
Nacional bloqueavam as vias com caminhões e uma barreira metálica.
"Não queremos confronto,
violência, disparos. Queremos solidariedade para com pessoas que, como Leopoldo,
estão resistindo; queremos um país sem ditadura e sem repressão", afirmou
Lilian Tintori, esposa do opositor, ao convocar a mobilização.
Perto do bloqueio, o deputado
opositor Henry Ramos Allup afirmou que as forças de segurança têm ordem de não
deixar os opositores passarem.
"Ou conseguimos chegar ou nos
reprimirão, mas não vão nos deter", declarou à imprensa Freddy Guevara,
vice-presidente do Parlamento, único poder público que a oposição controla.
A oposição afirma que, com as
prisões na onda de protestos contra Maduro que tiveram início em 1º de abril,
subiu de 100 para 170 o número de presos políticos, a quem o governo trata como
autores de atos de violência e conspiração.
Guarda
Nacional bloqueia com caminhões e barreira metálica
via até a prisão de Ramo Verde (Foto: AP
Photo/Ariana Cubillos)
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Os enfrentamentos entre as forças
de segurança e os manifestantes, os distúrbios, os saques e tiroteios que
ocorreram neste mês deixaram até agora 28 mortos e dezenas de feridos, e as
prisões superaram as mil pessoas, a maioria temporária.
Tensão internacional
A mobilização junto às prisões faz
parte de uma ofensiva da oposição para exigir eleições gerais, respeito à
autonomia do Parlamento, a liberação de seus ativistas presos e um canal
humanitário que alivie a escassez de alimentos e medicamentos sofrida pelo
país.
Em plena tempestade política, o
governo da Venezuela começou nesta quinta o processo de sua retirada da
Organização de Estados Americanos (OEA), um fato sem precedentes na história do
fórum regional.
"Tenho orgulho de dizer que
tomei a decisão de retirar nossa pátria da OEA, de libertar nossa pátria do
intervencionismo (...). Estamos livres da OEA e jamais voltaremos!",
afirmou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, chamado de ditador pelo
secretário-geral da OEA, Luis Almagro.
"Não reconhecemos qualquer
reunião, qualquer decisão da OEA. A OEA, o caralho! Luis Almagro, o caralho!
Fora OEA da Venezuela! A Venezuela se respeita e vamos nos fazer
respeitar", afirmou Maduro
diante de uma concentração de mulheres chavistas em torno do palácio
presidencial de Miraflores.
A Venezuela pediu à Comunidade dos
Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) uma reunião para o dia 2 de maio
para, segundo o governo, combater o "bullying diplomático" da OEA.
'Terrorismo'
Maduro afirma que a "direita
venezuelana faz terrorismo para provocar o caos", como parte de um plano
com os Estados Unidos para derrubá-lo e propiciar uma intervenção estrangeira.
A oposição realizou na quinta uma
sessão extraordinária do Parlamento em um estádio de Caracas, na qual pediu à
comunidade internacional que exija do governo Maduro a antecipação da eleição
presidencial, prevista para dezembro de 2018.
Para o dia 1º de Maio, sempre
marcado por protestos chavistas, a oposição convocou uma "grande
passeata", exatamente um mês após o início dos protestos.
Mais de 70% dos venezuelanos,
segundo pesquisas privadas, reprovam a gestão de Maduro, cansados da escassez
de alimentos e remédios, e de uma inflação que segundo o FMI chegará a 720,5%
neste ano, a mais alta do mundo.
Por France Presse
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