Polícia
Federal faz buscas em endereços ligados à
Suzana
Neves, ex-mulher de Sérgio Cabral
Reprodução
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Operação realiza busca e
apreensão em endereços ligados a Suzana Neves, ex-mulher de Sérgio Cabral. A
suspeita é de ocultação de patrimônio.
A pedido do Ministério Público
Federal, a 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro expediu dois mandados de
busca e apreensão em endereços ligados a Suzana Neves, ex-mulher do
ex-governador Sérgio Cabral. Os mandados estão sendo cumpridos pela Polícia Federal
na manhã desta segunda-feira (8), em Araras, Região Serrana do Rio de Janeiro,
e em São João del Rei, em Minas Gerais.
A partir de fatos apurados nas
Operações Calicute e Eficiência, identificou-se que Suzana Neves teria
comprado, em nome de sua empresa Araras Empreendimentos Consultoria e Serviços
Ltda, um imóvel em São João del Rei por R$ 600 mil sem que, aparentemente,
tivesse recursos de origem lícita compatível.
O MPF apura se o imóvel está sendo
utilizado para guardar bens de valor adquiridos com recursos ilícitos da
organização chefiada por Cabral, como obras de arte, por exemplo, pois
informantes relataram que, nos meses de janeiro e fevereiro de 2017, houve o
descarregamento de um “container de quadros” na casa.
A Receita Federal detectou que a
Araras Empreendimentos teve movimentação financeira incompatível com a receita
bruta declarada e distribuiu lucros e dividendos incompatíveis com as receitas
auferidas, nos exercícios de 2007 a 2009 e de 2011 a 2015. O levantamento
demonstra que a sede da empresa é a própria residência de Suzana, no bairro da
Lagoa, no Rio de Janeiro, e que não há nenhum empregado registrado.
As investigações também apontam
que Suzana utilizou sua empresa para ocultar a origem ilícita de R$
1.266.975,00. Entre outubro de 2011 e dezembro de 2013, foram identificadas 31
transferências bancárias de recursos oriundos do grupo de empresas da
empreiteira FW Engenharia, por intermédio da empresa Survey Mar e Serviços
Ltda, que realizou pagamentos à Araras Empreendimentos a título de serviços de
consultoria em valor quase duas vezes maior que a sua renda bruta declarada.
Quase 50% dos valores recebidos
pela Survey da FW no período analisado pela investigação foram repassados logo
em seguida para a empresa de Suzana Neves. Toda a movimentação aponta para
lavagem de dinheiro pago como propina à organização criminosa em contratos que
o Governo do Estado do Rio de Janeiro firmou com a FW Engenharia. Em
diligências de busca e apreensão autorizadas durante a Operação Calicute, foram
apreendidas diversas anotações que indicam o pagamento de propina pela
empreiteira FW Engenharia em benefício da organização criminosa chefiada por
Sérgio Cabral.
Um dos contratos firmados com a
empresa, no valor de R$ 35 milhões, teve por objeto a elaboração de projeto
executivo e a execução de obras complementares de urbanização no Complexo de
Manguinhos, comunidade beneficiada pelo PAC das Favelas. A contratação foi
financiada com recursos da União provenientes do Programa de Aceleração do
Crescimento.
As oito denúncias já apresentadas
pela Força Tarefa da Lava Jato revelam como Sérgio Cabral instituiu, ao assumir
o Governo do Rio de Janeiro, em 2007, um esquema de cartelização de empresas e
favorecimento em licitações, mediante pagamento de propina de cerca de 5% em
todas as grandes obras públicas de construção civil contratadas junto ao ente
público, quase sempre custeadas ou financiadas com recursos federais. As
investigações demonstraram que a organização desviou mais de US$ 100 milhões
dos cofres públicos mediante um processo de envio de recursos oriundos de
propina para o exterior.
Por G1 Rio
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