Ex-presidente responde a dois
processos em Curitiba. Neste, ele é acusado de receber como propina da Odebrecht
um terreno onde seria construída nova sede do Instituto Lula e um apartamento
no prédio onde mora em São Bernardo do Campo.
As audiências com testemunhas de
acusação do segundo processo da Operação Lava Jato que tem o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) como réu, em Curitiba, começam nesta segunda-feira
(8). O primeiro a depor será o engenheiro Marcos Berti, engenheiro ligado à
Toyo Setal, uma das empresas investigadas na operação.
Nesta ação penal, o Ministério
Público Federal (MPF) acusa o ex-presidente de receber como propina um
terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula e um imóvel vizinho
ao apartamento do petista, em São Bernardo do Campo (SP). De acordo com a
força-tarefa da Lava Jato, esses imóveis foram comprados pela Odebrecht em
troca de contratos adquiridos pela empresa na Petrobras.
Lula responde, neste processo, por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Outras sete pessoas também são rés. A
ex-primeira dama Marisa Leticia chegou a ser acusada, contudo, o juiz Sérgio
Moro decretou a impossibilidade de puni-la. Marisa Leticia morreu em
fevereiro deste ano.
O ex-presidente nega as acusações,
e o Grupo Odebrecht tem afirmado que tem colaborado com as investigações.
Instituto Lula afirmou que "nunca teve outra sede a não ser o sobrado onde
funciona até hoje, adquirido em 1990 pelo Instituto de Pesquisas e Estudos do
Trabalhador (IPET)".
A denúncia
Segundo o MPF, a Construtora
Norberto Odebrecht pagou propina a Lula via aquisição do imóvel onde funciona o
Instituto Lula, em São Paulo. O valor, até novembro de 2012, foi de R$
12.422.000, afirmam os procuradores.
Segundo a força-tarefa a Lava
Jato, o valor consta em anotações de Marcelo Odebrecht, planilhas apreendidas
durante as investigações e dados obtidos a partir de quebra de sigilo.
A denúncia afirma também que o
ex-presidente recebeu, como vantagem indevida, a cobertura vizinha à residência
onde vive em São Bernardo do Campo, interior de São Paulo. De acordo com o MPF,
foram usados R$ 504 mil para a compra do imóvel.
Este segundo apartamento foi
adquirido no nome de Glaucos da Costamarques, que teria atuado como testa de
ferro de Luiz Inácio Lula da Silva, em transação que também foi concebida por
Roberto Teixeira, em nova operação de lavagem de dinheiro, conforme a denúncia.
Tanto Glaucos da Costamarques
quanto Roberto Teixeira também são réus no processo.
Os procuradores afirmam que, na
tentativa de dissimular a real propriedade do apartamento, Marisa Letícia
chegou a assinar contrato fictício de locação com Glaucos da Costamarques.
Outro processo
No outro processo que o
ex-presidente responde no âmbito da Lava Jato em Curitiba, os procuradores da
força-tarefa da Lava Jato citam três contratos da OAS com a Petrobras e
disseram que R$ 3,7 milhões foram pagos a Lula como propina. O ex-presidente
nega as acusações.
Eles afirmaram que a propina se
deu por meio da reserva e reforma de um apartamento triplex em Guarujá, no
litoral de São Paulo, e do custeio do armazenamento de seus bens.
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