A audiência
está marcada para as 14h na sede da Justiça Federal,
que fica no
bairro Ahú. Foto Divulgação
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Audiência na Justiça Federal
está marcada para começar às 14h. Ex-presidente será interrogado em ação da
Lava Jato sobre triplex no Guarujá (SP).
Avião com Lula chega ao Aeroporto
Afonso Pena em Curitiba, onde ex-presidente vai prestar depoimento a Moro
O ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, que deve prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro na tarde desta
quarta-feira (10), chegou ao Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba,
às 10h18.
Ele chegou em um avião particular
que partiu de São Paulo às 9h30 com cerca de sete pessoas. Após o pouso, a
aeronave seguiu para o hangar da JMalucelli Aviação no aeroporto. Um esquema de
segurança está montado no entorno do hangar.
A audiência está marcada para as
14h na sede da Justiça Federal, que fica no bairro Ahú. É o primeiro depoimento
de Lula na presença de Moro e na condição de réu da Lava Jato.
Para o depoimento, foi
montado um esquema de segurança com bloqueios no trânsito e forte
presença policial no entorno da Justiça Federal.
Também nesta manhã, a
ex-presidente Dilma Rousseff embarcou em um voo comercial de Porto Alegre com
destino a Curitiba, que pousou no aeroporto Afonso Pena um pouco depois do
avião com Lula.
Em uma caminhonete, ela foi levada
ao mesmo hangar para onde foi a aeronave de Lula. Às 10h51, saíram do aeroporto
dois carros pretos. Em um deles estaria Lula.
Ex-presidente Dilma chega ao
Aeroporto Afonso Pena
No final da tarde de terça (9), os
advogados de Lula entraram
com três recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra
decisões do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que havia negado
pedidos da defesa para adiar o depoimento.
Até a manhã desta quarta não havia
decisão do STJ sobre os recursos.
Ex-presidente Dilma embarca em
Porto Alegre para Curitiba
O processo
Neste processo, Lula é acusado de
receber R$ 3,7 milhões em propina, de forma dissimulada, da empreiteira OAS. Em
troca, ela seria beneficiada em contratos com a Petrobras. Segundo o Ministério
Público Federal (MPF), a OAS destinou ao ex-presidente um apartamento triplex,
em Guarujá (SP), fez reformas neste mesmo imóvel e também pagou a guarda de
bens de Lula em um depósito da transportadora Granero.
O MPF denunciou o ex-presidente
por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em 14 de setembro 2016. Seis dias
depois, a Justiça aceitou a denúncia, e Lula e outras sete pessoas viraram réus
(veja a lista completa). Entre eles, estava a ex-primeira-dama Marisa Letícia,
que morreu em fevereiro deste ano.
Desde que foi denunciado, Lula tem
negado o recebimento de propinas e o favorecimento da OAS na Petrobras. A
defesa diz que o MPF não tem provas que sustentem a denúncia.
Segundo advogados, a mulher de
Lula tinha uma cota no condomínio do triplex, mas a vendeu quando a OAS assumiu
a obra. Eles alegam que Lula e Marisa chegaram a visitar o apartamento citado
na denúncia porque planejavam comprá-lo – o que acabou não ocorrendo. A defesa
também nega irregularidades no apoio oferecido pela empreiteira para guardar os
bens do ex-presidente.
No final da tarde de terça (9), os
advogados de Lula entraram com três
recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra decisões do
Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que havia negado pedidos da
defesa para adiar o depoimento. Até a manhã desta quarta não havia decisão
sobre os recursos. Até a manhã desta quarta não havia decisão sobre os
recursos.
Em novembro do ano passado, o
ex-presidente prestou
depoimento a Moro por videoconferência como testemunha de defesa do deputado
cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Pedidos da defesa
Nesta semana, a defesa de Lula
recorreu ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre,
pedindo a suspensão do processo sobre o triplex na Justiça Federal do Paraná. O
advogado de Lula alegou que seria "materialmente impossível" analisar
a documentação do processo para o depoimento desta quarta. São "5,42
gigabytes de mídia e cerca de 5 mil documentos estimados em cerca de 100 mil
páginas", disse a defesa.
Na terça, o TRF4 negou o pedido e
manteve o depoimento de Lula. Em sua decisão, o juiz federal Nivaldo Brunoni
afirmou que o interrogatório de Lula ganhou repercussão nacional e que isso
mudou a rotina da Justiça Federal de Curitiba e de vários órgãos da capital
paranaense.
Fase final
Após o depoimento de Lula, o
processo chegará à fase final. O MPF e as defesas poderão pedir as últimas
diligências. Caso isso não ocorra, o juiz determinará os prazos para que as
partes apresentem as alegações finais.
Em seguida, os autos voltam para
Moro, que vai definir a sentença, podendo condenar ou absolver os réus. Não há
prazo para que a sentença seja publicada.
Bloqueios e segurança em
Curitiba
A capital paranaense prepara um
esquema especial de trânsito e segurança na cidade, especialmente na região
onde fica a Justiça Federal, para o dia do depoimento de Lula a Moro. Devem
haver manifestações a favor do ex-presidente e também de grupos que defendem a
Lava Jato.
Uma decisão judicial proibiu
acampamentos pela cidade das 23h de segunda até as 23h desta quarta. Também
limitou a circulação de veículos e pedestres na região da Justiça Federal, no
bairro Ahú.
Haverá uma força-tarefa em pontos
estratégicos da cidade, com participação das polícias Civil, Militar,
Rodoviária e Federal. Também foram feitos bloqueios no trânsito e alteração de
algumas linhas de ônibus; veja
as principais medidas.
Locais de possíveis protestos
Grupos a favor e contra o
ex-presidente pretendem protestar no dia do depoimento. De acordo com a
Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), eles serão separados, para
evitar confrontos. Quem quiser realizar manifestações a favor de Lula deverá
ficar na Praça Santos Andrade. Já as pessoas contrárias devem permanecer na
região do Centro Cívico.
Por Adriana Justi, G1 PR, Curitiba
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