Iate Pink Fleet, de Eike Batista |
Cenário de festas e eventos
badalados do Rio, o Pink Fleet teve que deixar a Marina da Glória e está há 4
anos parado em um estaleiro de São Gonçalo, na Região Metropolitana.
Uma das mais famosas aquisições do
império de Eike Batista, o Pink Fleet — avaliado em US$ 19 milhões — vai virar
sucata até o final deste ano. Cenário de festas e eventos badalados do Rio, o
barco teve que deixar a Marina da Glória e está há 4 anos parado no estaleiro
Fersan, em São Gonçalo, na Região Metropolitana.
A equipe de reportagem do G1
esteve no local, mas foi impedida de entrar. Por telefone, o diretor do
estaleiro, Manoel de Santana, informou que a embarcação será completamente
destruída.
“Esse barco é anterior à Lava
Jato, um bem internacional. Ele vai ser sucateado, destruído. Ainda não fizemos
nada porque não podemos ter risco de acidente, tem a limpeza dos tanques, vamos
dar um destino final para o material e cada caso é um caso. Nossa empresa foi
contratada pela EBX para fazer esse serviço. Queremos fazer até o final do
ano”, disse o diretor.
Em uma página na internet, que
possui o nome do barco como domínio, fãs falam em promover um abaixo assinado
para evitar que ele seja sucateado.
“Quer dar uma olhada no Pink
Fleet? (...) E aí... coisa linda de Deus? Pois é... também acho! Houve alguns
boatos de que ele ia virar sucata, você acredita? Estamos elaborando um
abaixo-assinado para que isso não aconteça de forma alguma”, diz a postagem.
Quando precisou conter seus
custos, o empresário chegou a tentar vender o barco para se livrar da
manutenção, avaliada em R$ 300 mil por mês. O iate, inaugurado em 2007, tinha
restaurante, pista de dança e uma loja da joalheria H. Stern.
Também foi cenário de casamentos,
desfiles de moda e até ensaios sensuais. Em 2011, as cantoras Katy Perry e
Rihanna curtiram uma festa no barco depois do Rock in Rio.
O G1 não conseguiu contato com a
EBX.
Fiança de R$ 52 milhões
Eike Batista foi preso na Operação
Eficiência, em janeiro deste ano, após dois doleiros dizerem que ele pagou US$
16,5 milhões a Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, o equivalente a R$ 52
milhões em propina. O pagamento teria sido feito em troca de contratos com o
governo estadual. Ele já foi denunciado nas investigações por corrupção e
lavagem de dinheiro.
No dia 30 de abril, ele conseguiu
um habeas corpus através do juiz Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal
(STF), e deixou o presídio de Bangu, na Zona Oeste do Rio, para cumprir prisão
domiciliar em sua casa, no Jardim Botânico, na Zona Sul. Para isso, ele tem que
cumprir nove medidas cautelares, como a vistoria da Polícia Federal em casa sem
aviso prévio, afastamento das empresas nas quais é sócio e entrega do
passaporte.
O juiz Marcelo Brêtas, da 7ª Vara
Criminal Federal, estipulou uma medida cautelar adicional: uma fiança de R$ 52
milhões para que Eike permaneça em prisão domiciliar. Na segunda-feira (8), a
pedida da defesa, suspendeu o prazo, que terminaria na terça (9).
A suspensão se deu devido a um
pedido da defesa do empresário. Os advogados de Eike Batista alegaram que todos
os bens do empresário, no valor de R$ 240 milhões, estão bloqueados em outro
processo, que tramita na 3ª Vara Federal Criminal do Rio.
Também na segunda, a Procuradoria
Geral da República (PGR) enviou pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para
que o ministro Gilmar Mendes deixe a relatoria de um habeas corpus no qual
concedeu liberdade a Eike. Além disso, Janot quer a anulação de todas as
decisões sobre o habeas corpus, incluindo a que mandou soltar o empresário.
Por G1 Rio
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