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RAU/ESTADÃO Defesa do presidente Michel Temer
(PMDB) não quer que ele fale sobre áudio antes
da perícia
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BRASÍLIA - A defesa do presidente
Michel Temer pediu nesta quarta-feira, 31, que o ministro Edson Fachin, do
Supremo Tribunal Federal, reconsidere a autorização dada à Políca Federal para
colher desde já o depoimento por escrito do peemedebista, a fim de que Temer só
responda por escrito às perguntas da PF após a realização da perícia no áudio da
conversa entre o presidente e o empresário Joesley Batista, delator do Grupo
J&F que gravou o diálogo no Palácio do Jaburu em março.
"É de fácil percepção a
absoluta impossibilidade de o Presidente da República fornecer respostas
enquanto não finalizada a perícia deferida como prioridade por Vossa
Excelência. Especialmente, impossíveis de ser respondidos seriam eventuais
quesitos que digam respeito a uma gravação que, de antemão, já se sabe
fraudada!", afirmam os advogados Antônio Cláudio Mariz de Oliveira e
Sérgio Eduardo Mendonça de Alvarenga.
Os advogados pediram também que,
caso decida não adiar o depoimento, Fachin ao menos oriente a PF a não elaborar
perguntas sobre o conteúdo da conversa entre Temer e Joesley.
Os advogados afirmam que "a
desejável celeridade para finalização das investigações não pode atropelar
direitos individuais e garantias constitucionais".
Fachin, por outro lado, entende
que o inquérito contra o presidente Temer e seu ex-assessor Rodrigo Rocha
Loures deve transcorrer em um prazo mais rápido do que o normal por haver uma
investigada presa, Roberta Funaro, irmã do corretor Lucio Funaro - apontado
como operador de Eduardo Cunha. Na terça-feira, Fachin desmembrou esta
investigação da que existe sobre o senador afastado Aécio Neves, que passará a
ser feita em separado.
A defesa de Temer também estuda
voltar a requerer o desmembramento da investigação de Temer, desta vez
especificamente em relação a Rocha Loures, mas tal demanda não foi incluída no
atual pedido encaminhado ao Supremo.
Este foi o segundo pedido de
suspensão da investigação feito pela defesa do presidente. O primeiro foi feito
pouco após ser tornado público o inquérito contra Temer: pedia que qualquer
atividade necessária para a investigação só deveria ser feita após a perícia. O
Supremo Tribunal Federal chegou a afirmar, por meio de nota oficial, que o
pedido anterior seria julgado no plenário da Corte. Mas a defesa voltou atrás.
"Em 22 de maio, a defesa
apressou-se em esclarecer que entendia ser tal medida [julgamento sobre pedido
de suspensão da investigação] desnecessária, afinal, lograra êxito na sua
intenção de ver priorizada a prova técnica", dizem os advogados Mariz de
Oliveira e Mendonça de Alvarenga.
Os advogados insistem que não
querem atrasar a investigação e que "o presidente da República é o maior
interessado na rápida e cabal elucidação dos fatos". Afirmam que não se
pode "querer dar o segundo passo sem antes dar o primeiro".
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