© Leonardo
Benassatto O ex-presidente Lula discursa durante
Congresso do PT, no sindicato dos Bancarios na
rua Tabatinguera,
em São Paulo - 05/05/2017
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A Associação Nacional dos
Procuradores da República (ANPR) lamentou na noite deste sábado as
declarações feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante
o 6º Congresso Estadual do PT, em São Paulo. Em críticas direcionadas à
imprensa e aos investigadores da Operação Lava Jato, o petista
afirmou: “Amanhã o Lula vai ser preso. Faz dois anos que eu estou ouvindo isso.
Se eles não me prenderem logo, quem sabe um dia eu mando prende-los por
mentiras”.
Em nota, o presidente da ANPR, José
Robalinho Cavalcanti, afirmou que a frase tem tom de ameaça e que “não é
digna” de alguém que já foi presidente da República. “De resto, apenas lamentar
a frase, que soa como ameaça, de que — supõe-se legitimamente que depois de
mais uma vez eleito presidente — irá mandar prender os que investigam. Isto não
irá deter qualquer agente de Estado ou a marcha serena e impessoal da Justiça,
mas não é uma declaração digna de quem foi por oito anos o supremo mandatário
do país”, disse Cavalcanti, no texto. “O ex-presidente sabe muito bem que
chefes do executivo não ‘mandam prender’ ninguém em um estado de direito. A
Justiça é que o faz”, acrescentou.
A fala inflamada de Lula se deu na
noite de sexta-feira, no mesmo dia em que o ex-diretor de Serviços da
Petrobras Renato Duque fez acusações graves a ele em depoimento
ao juiz Sergio Moro. O ex-diretor tenta fechar um acordo de delação
premiada para aliviar os mais de 50 anos de prisão a que foi condenado na Lava
Jato. Na sexta-feira, ele contou que Lula “tinha pleno conhecimento de tudo e
detinha o comando” do esquema e que, num encontro secreto no aeroporto de
Guarulhos, em São Paulo, recebeu ordens indiretas do
ex-presidente para fechar contas no exterior que era abastecidas com
dinheiro de propina.
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