Para
presidente argentino, Mauricio Macri, greve geral
convocada
pelos sindicatos 'não ajuda em nada'
(Foto: Jorge
Adorno/Reuters)
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Paralisação de 24 horas afeta
aeroportos, transporte público, bancos e escolas. País enfrenta crise
econômica, com 32,9% de sua população na pobreza.
O presidente argentino, Mauricio
Macri, enfrenta nesta quinta-feira (6) a primeira greve geral desde que assumiu
o poder, há 16 meses, declarada por três centrais de trabalhadores. As
organizações sindicais exigem a mudança do modelo econômico do atual governo.
A paralisação de 24 horas coincide
com a celebração, em Buenos Aires, do primeiro Fórum Econômico Mundial dedicado
à América Latina (WEF AmLat), que reúne políticos, banqueiros e empresários no
bairro de Puerto Madero, sob severas medidas de segurança.
Houve queda representativa no
tráfego de veículos a partir da meia-noite (hora local), na Grande Buenos
Aires, com relação aos dias normais de trabalho.
Poucos veículos de transporte
público estão funcionando, praticamente somente os táxis estão circulando pelas
ruas da capital argentina.
Também diminuiu o trafego de
caminhões que circulam à noite pelas avenidas Huergo e Madeiro, que ligam os
principais setores portuários de Buenos Aires.
A companhia aérea Aerolíneas
Argentinas cancelou seus voos nacionais e internacionais, que sairiam dos
aeroportos de Ezeiza e Aeroparque, por conta da greve, que foi aderida pela
Associação do Pessoal Técnico Aeronáutico (APTA) e a Associação do Pessoal
Aeronáutico (APA).
O governo de Buenos Aires decretou
a gratuidade dos pedágios das estradas e dos estacionamentos públicos durante o
dia de greve, a fim de incentivar os trabalhadores a comparecerem em seus
postos de trabalho em seus próprios veículos.
O ministro do Sistema Federal de
Meios Públicos, Hernán Lombardi, disse em entrevista para a emissora
"TN", uma hora após a greve entrar em vigor, que o ato tem uma
"dimensão política" patrocinada pela oposição, pois eles começam a
vislumbrar uma melhora na situação socioeconômica do país.
Lombardi denunciou a existência de
"lideranças ocultas" que estão planejando uma "interrupção
abrupta" do governo de Mauricio Macri.
Além de afetar as operações nos
aeroportos, transporte público e indústria, a greve deve paralisar bancos e
escolas.
Organizações sociais e grupos de
esquerda prometem fechar os acessos a Buenos Aires e realizar diversas
passeatas até o centro da cidade.
"Acredito que as paralisações
são uma antiga ferramenta, agora com um governo aberto ao diálogo", disse a
vice-presidente, Gabriela Michetti, ao canal de notícias "TN",
minutos após o início da greve. "É uma medida extrema que custa bilhões de
dólares ao país", lamentou.
Crise econômica
A Argentina, cuja economia recuou
2,3% no primeiro ano do governo Macri, experimentou em janeiro uma leve
recuperação, mas a pobreza já atinge 32,9% da população e a produção industrial
segue há 13 meses em queda.
A inflação, que segundo analistas
chegou a 40% em 2016, evaporou o poder aquisitivo e o consumo interno segue
caindo há 13 meses.
Estimativas situam a inflação para
2017 em 21%, enquanto o governo insiste que será de 17% e busca impor seu
índice aos reajustes salariais, enquanto os sindicatos exigem uma recomposição
em negociações livres com as empresas.
Por France Presse
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