O
procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, durante
sessão de sabatina no Senado (Kevin
Lamarque/Reuters)
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Reportagem
do jornal Washington Post revelou que Jeff Sessions teve dois encontros com o
Sergei Kislyak, em julho e setembro de 2016
O então
senador americano Jeff Sessions, atual procurador-geral do governo de Donald
Trump, conversou duas vezes com o embaixador da Rússia no ano passado, em
encontros que não revelou durante sabatina no Senado, informou o jornal
Washington Post. Quando perguntado sobre contatos entre a campanha republicana
e autoridades russas, antes de ser confirmado como secretário de Justiça, Sessions
negou as conversas.
Uma das
reuniões privadas entre Sessions e o embaixador russo nos Estados Unidos,
Sergei Kislyak, aconteceu em setembro de 2016, no escritório do senador,
revelou o Post através de fontes no Departamento de Justiça. Naquele momento,
autoridades de inteligência americanas estavam no auge das investigações que
apontavam a ocorrência de uma campanha de ciberataques russos para interferir
na corrida presidencial dos Estados Unidos.
A líder
democrata na Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, pediu na quarta-feira que
Sessions renuncie após a revelação. “Agora, depois de mentir sob juramento ao
Congresso sobre suas próprias comunicações com os russos, o secretário de
Justiça deve renunciar”, disse Pelosi em comunicado. “Sessions não está apto a
servir como a maior autoridade da lei de nosso país”, insistiu.
Como
procurador-geral, Sessions supervisiona o Departamento de Justiça americano e o
FBI, que vem conduzindo investigações sobre a interferência russa nas eleições,
vista de forma cética pela equipe de Trump. Quando o senador se encontrou com
Kislyak, em julho e setembro, era membro do influente Comitê de Serviços
Armados no Congresso, além de um dos principais assessores do magnata em relação
à política externa.
Em resposta
às revelações do Post, a embaixada da Rússia nos Estados Unidos afirmou nesta
quinta-feira que mantém contato frequente com “parceiros dos Estados Unidos”,
que nem sempre são divulgados. “A embaixada não comenta os numerosos contatos
com parceiros locais, que ocorrem de forma diária, conforme a prática
diplomática”, disse o porta-voz da representação, Nikolai Lakhonin, à agência
de notícias russa Interfax.
Obama
A
administração do ex-presidente Barack Obama realizou esforços para divulgar
informações sobre a interferência russa nas eleições americanas, antes de o
democrata deixar a Casa Branca, revelou o jornal The New York Times, nesta
quinta-feira. De acordo com a publicação, o governo Obama espalhou revelações
sobre o caso em diferentes braços do governo, por duas razões: evitar que os
ciberataques se repetissem em eleições estrangeiras e deixar rastros para que
as investigações não fossem abafadas após a troca de governo.
(Com Reuters
e Estadão Conteúdo)
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