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transferência de presos de facção paulista em Bangu
(Foto: Editoria
de Arte/G1)
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Polícia investiga 'racha' entre as
maiores facções de Rio e de SP. Fim de acordo pode levar à disputa por pontos
de drogas nas favelas cariocas.
A Secretaria de Administração
Penitenciária (Seap) reforçou a vigilância no presídio Jonas Lopes de Carvalho,
Bangu 4, em Gericinó, na Zona Oeste do Rio. Segundo informações obtidas pelo
G1, o aumento de agentes penitenciários na unidade foi decidido na
segunda-feira (17), após a informação de que detentos de uma facção paulista
que cumprem pena no local tentariam fugir.
Desde o início do mês, a Polícia
Federal e as polícias do Rio e de São Paulo investigam um "racha"
entre as maiores facções criminosas dos dois estados, que atuam em várias
outras regiões do país.
O rompimento entre os dois grupos
criminosos preocupa as autoridades que temem uma disputa pela venda de drogas
nas favelas do Rio, além de uma série de execuções em diferentes presídios
espalhados pelo Brasil, onde há simpatizatizantes das duas facções.
Até o momento, 18 presos foram
mortos em diferentes rebeliões. Dez morreram em Roraima, na Penitenciária
Agrícola Monte Cristo; e outros oito detentos foram sufocados na Penitenciária
Êmio dos Santos, em Porto Velho.
Até quarta-feira (18), 36 presos da
facção paulista que estavam na Penitenciária Vicente Piragibe e na Cadeia
Pública Paulo Roberto Rocha, ambas dominadas agora pela quadrilha rival, haviam
sido transferidos para Bangu 4. Em Bangu 4, a maioria dos detentos é de outra
quadrilha do Rio que, assim com o grupo criminoso paulista, também é rival da
maior facção criminosa fluminense.
Entre os detentos levados para o
local está Ronny Faria e Silva, conhecido como Roninho. Ele foi preso em
fevereiro de 2014, em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Roninho é apontado pela
polícia como chefe da facção paulista no estado fluminense.
No sistema penitenciário de São
Paulo, há 300 presos da facção carioca. Os advogados destes criminosos tentam
garantir proteção e transferir para unidades distantes da maior facção
paulista. Há o temor de um confronto entre os detentos no interior dos
presídios.
"Pequenas facções no Norte do
país e em Santa Catarina unidas à facção carioca começaram a retaliar os
paulistas. Os conflitos aumentaram até que tivemos agora em outubro a ordem de
rompimento entre eles", afirmou o promotor Lincoln Gakiya, promotor do
Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério
Público de São Paulo, em Presidente Prudente.
'Parceria'
de duas décadas
Segundo investigadores da Polícia
Federal, a união entre as facções dura duas décadas. O acordo incluía
associação entre os dois grupos no interior dos presídios. A facção paulista
ainda era a principal fornecedora de armas dos traficantes cariocas.
As duas facções são suspeitas de terem
planejado a morte de Jorge Rafaat Toumani, de 56 anos, na cidade de Pedro Juan
Caballero, em junho deste ano. Rafat, como era conhecido, levou mais de 100
tiros no confronto.
Em nota, no fim de semana, a Seap
informou somente que "está adotando as medidas necessárias e por questões
de segurança essas informações não serão divulgadas". Nesta quarta (19), a
secretaria informou que "desconhece as informações".
Do G1 do Rio
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