Remédio é utilizado para tratar
esclerose múltipla e espasmos musculares. Congresso debate lei que regula o uso
e o auto-cultivo da maconha.
O Chile permitiu pela primeira vez a comercialização de um
medicamento produzido com maconha, erva cuja venda está proibida no país e
sobre a qual o Congresso debate um projeto de lei.
O Sativex, remédio utilizado para
tratar a esclerose múltipla e controlar os espasmos musculares associados, será
o primeiro comercializado regularmente em farmácias após ter recebido a
permissão do Instituto de Saúde Pública (ISP) do Chile.
"Pela primeira vez no país
foi aprovado pelo Instituto de Saúde Pública (ISP) do Chile o registro de um
medicamento fabricado à base de cannabis, o qual poderá ser distribuído e
utilizado no Chile", indicou um comunicado do ISP divulgado nesta
quinta-feira (13) em sua página na Internet.
O remédio terá um custo aproximado
de US$ 1.500. Ele será importado e distribuído por um laboratório que
apresentou em março a documentação ao ISP para obter a permissão de venda, que
será efetuada mediante receita retida e com controle de estoque.
"O registro sanitário do
Sativex foi aprovado já que ele cumpre todos os requisitos regulamentares de
qualidade e já demonstrou sua segurança e eficácia para a indicação
solicitada", declarou Alex Figueroa, diretor do ISP, no comunicado.
Decreto
A venda de medicamentos produzidos com cannabis foi autorizada em dezembro passado pela presidente Michelle Bachelet após um decreto que legalizou a elaboração e comercialização desse tipo de fármaco.
A venda de medicamentos produzidos com cannabis foi autorizada em dezembro passado pela presidente Michelle Bachelet após um decreto que legalizou a elaboração e comercialização desse tipo de fármaco.
"Esta é a melhor alternativa
dentro das que se tem como terapia da dor, mas sempre sob supervisão médica por
ser um psicotrópico", explicou o vice-ministro de Saúde, Jaime Burrows.
O ISP autorizou há dois anos a
entrada do Sativex no Chile para o caso excepcional de uma mulher que tem lúpus
e câncer de mama.
Venda passível de pena
No Chile, ainda que seja permitido o consumo particular, a venda da maconha é passível de pena, mesmo que a lei deixe para livre interpretação a questão do auto-cultivo.
No Chile, ainda que seja permitido o consumo particular, a venda da maconha é passível de pena, mesmo que a lei deixe para livre interpretação a questão do auto-cultivo.
A Fundação Daya lidera uma grande
plantação de cannabis para uso medicinal em Quinamávida, 350 km ao sul de
Santiago, com mais de 6.400 plantas de 16 variedades com o objetivo de
fornecê-las para doentes sob controle médico.
O Congresso chileno debate um
projeto de lei que regule o uso e o auto-cultivo da maconha. O governo
apresentou indicações sobre o conteúdo da norma que reduz de 10 para 2 gramas o
porte legal da droga e o auto-cultivo de dez plantas para apenas uma.
Da AFP
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