Crime foi
atribuído pelo governo à guerrilha.
O presidente da
Colômbia, Juan Manuel Santos, suspendeu neste domingo (16) as negociações de
paz com as Farc, que começaram há dois anos em Cuba, depois dos sequestros de
um general e de outras duas pessoas, crimes atribuídos pelo governo à
guerrilha.
"Amanhã
(segunda-feira) os negociadores de paz viajariam para uma nova rodada de
negociações em Havana. Vou determinar aos negociadores que não viajem e que se
suspenda esta negociação enquanto não não ficar esclarecido e estas pessoas
sejam libertadas", afirmou Santos.
A decisão de
suspender os diálogos de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia
(Farc), que completariam dois anos na próxima quarta-feira, foi anunciada após
uma reunião do presidente com a cúpula militar.
O encontro foi
convocado em caráter de urgência após a divulgação da notícia do sequestro, no
domingo, do general Rubén Alzate, comandante da Força Tarefa 'Titán' do
exército, em uma área afasta do departamento del Chocó.
Ao lado do
general foram sequestrados o cabo Jorge Rodríguez Contreras e a advogada Gloria
Urrego, coordenadora de Projetos Especiais da força tarefa, durante uma viagem
de caráter civil para supervisionar um projeto energético.
Segundo o
ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, às 15h30 o general Alzate solicitou um
bote, depois seguiu para "Las Mercedes", em uma zona rural de Quibdó,
e quando desembarcou foi surpreendido por homens armados com fuzis.
O soldado que
manejava o bote conseguiu escapar e retornou a Quibdó, onde comunicou o
sequestro aos comandantes.
"Não
conhecemos as razões pessoais ou de inteligência porque não seguiram os
protocolos de segurança para a proteção do general", disse Pinzón, que
supervisiona as investigações.
"É um
sequestro totalmente inaceitável. Já temos informações que nos dão a certeza de
que foram as Farc", destacou Santos, que fez perguntas sobre as
circunstâncias do crime.
"Por quê o
general Alzate estava como um civil? Por quê disse a sua escolta que não o
acompanhasse? Por quê não levou em consideração a advertência para que não
seguissem rio abaixo tão longes?", questionou o presidente.
Santos
responsabilizou as Farc pela vida e segurança dos três reféns e exigiu a
libertação.
Desde o início
de 2012, o grupo rebelde se comprometeu a não sequestrar mais civis, mas se
reserva o direito de capturar policiais ou militares, considerados prisioneiros
de guerra.
O governo de
Santos e as Farc iniciaram há dois anos em Cuba um diálogo de paz para tentar
acabar com um conflito armado de mais de 50 anos, mas sem decretar um
cessar-fogo na Colômbia.
Esta é a quarta
tentativa de alcançar a paz com as Farc, a principal guerrilha do país e a mais
antiga da América Latina, criada em 1964 e que conta oficialmente com 8.000
combatentes, essencialmente mobilizados nas zonas rurais.
O atual
processo com as Farc já alcançou consensos parciais em três dos seis temas na
agenda: reforma rural, participação política da guerrilha e solução ao problema
das drogas ilícitas.
Mas ainda
faltam os temas mais complexos, como a indenização das vítimas e o abandono das
armas. Também deve ser definido um mecanismo de implementação, verificação e
para referendar decisões.

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