O dia 13 de maio de 1999 ficou
marcado na vida de Luiz Fernando da Conceição Nascimento. Após ser vítima de
arma de fogo, aos 22 anos, viu a sua rotina mudar, ao se tornar uma Pessoa Com
Deficiência (PCD) e passar a utilizar cadeira de rodas para se locomover. Mas,
com determinação e entrega, Fernando conseguiu reescrever a sua história, ao se
dedicar à prática esportiva. Após passar pelo basquete, onde atuou por 17 anos,
atualmente, o atleta se destaca no Tiro com Arco e coleciona medalhas e boas
memórias das competições que já participou.
Campeão em Barebow 18 metros e
vice nos 50 metros brasileiros, esse ano; campeão no Estadual de 50 e 19 metros
e campeão em equipe,
esse ano e 3° lugar em equipe em 2024, são algumas das
condecorações que Fernando traz na bagagem. No Polo Fronteira, onde treina, ele
é conhecido e admirado pelos iniciantes no esporte que é uma das atividades
oferecidas pelo local a moradores da comunidade.
Beneficiário do Bolsa Atleta, Fernando ressalta que a maior dificuldade em sua
rotina pessoal e no esporte é a sensibilidade e falta de recursos. Ele segue
com a expectativa de que em 2026 participe do Campeonato Brasileiro em São
Paulo.
“Eu comecei no basquete. O arco,
eu conheci em 2019. Dei uma parada, por que eu me lesionei e voltei agora, em
2022. Até o ano passado, eu praticava as duas modalidades, arco e basquete,
cadeirante sobre rodas. Há dificuldade de acesso a alguns locais, por exemplo,
falta de espaço para treinos, mas o Bolsa Atleta ajuda muito. Pude comprar o
meu arco próprio com esse valor”, conta.
E mesmo em meio a dificuldades, as conquistas só aumentam. Este ano, Fernando
se formou em Educação Física e, após um curso de instrutor, poderá até dar
aulas em um futuro próximo.
“Eu, além de aprender o tiro com
arco com a professora Paula e o professor André, do Polo Fronteira, eles também
se adaptaram a trabalhar comigo, que eu sou PCD, porque o projeto deles era
para as crianças do bairro. Eu fui me adaptando a essa modalidade e eles foram
se adaptando a mim”, explica Fernando.
A professora Paula Figueiredo conta que Fernando é muito mais do que um atleta
do projeto.
“Ele faz parte da nossa
associação, é o diretor da parte paraolímpica. Ele entende mais do que a gente
das necessidades dele e é uma referência para os meninos aqui. Agora, formado
em Educação Física, ele nos ajuda a administrar as aulas. A visibilidade dele
hoje em dia com os alunos é como professor Fernando, e eu acho isso bem legal”,
afirma Paula, que é professora concursada da Secretaria de Cultura.
Junto com o marido André, Paula
forma a família Figueiredo de Arqueiro, que atua em parceria com o Polo.
“O projeto aqui no Polo já existe
desde 2017, após acompanharmos a paraolimpíada de 2016. Depois da experiência,
montamos o projeto que foi muito bem aceito. Atualmente, a gente vem
representando a Confederação Brasileira”, comenta André Fugueiredo,coordenador
da equipe.
Ao conhecer o trabalho da professora Paula, Caroline Mizurine, coordenadora
geral de Políticas para PCD, da Secretaria de Desenvolvimento Social,
Acessibilidade e Economia Solidária, ficou feliz ao ouvir as experiências e
engajamento com essa atividade.
“Saber que o Fernando encontrou nessa modalidade a ferramenta de inclusão foi realmente motivador. Como coordenadora, os incentivei a falarem cada vez mais sobre essa oportunidade, para que mais pessoas com deficiência sejam alcançadas”, observa.
O Tiro ao Arco do Polo Fronteira conta com cerca de 15 alunos da comunidade.
Para participar, basta ir pessoalmente ao local onde será solicitada a
documentação necessária. O Polo Fronteira está localizado na Rua Manoel Marques
Monteiro, 724.

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