Segundo a investigação, equipamentos
eram usados por traficantes ligados ao Comando Vermelho na Região Serrana.
O sargento da Polícia Militar e o
assessor especial da Prefeitura de Petrópolis presos
nesta quinta-feira (2) na Operação Asfixia compravam aparelhos
de GPS e os instalavam em viaturas da corporação a fim de
rastrear as equipes a mando do Comando Vermelho (CV), segundo a
Polícia Civil.
A 106ª DP (Itaipava) e o Grupo de
Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), com apoio da
Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), prenderam o PM Bruno da
Cruz Rosa, o
assessor Robson Esteves de Oliveira e outras 10
pessoas em
mais uma fase da iniciativa contra a expansão territorial do CV.
Segundo a força-tarefa, Bruno
e Robson eram informantes do tráfico. “Bruno ganhava alguns benefícios,
inclusive dinheiro, para divulgar operações na Região Serrana”, afirmou o
delegado Victor Barbosa.
A polícia descobriu que Robson
comprava os rastreadores e os repassava para Wando da Silva Costa,
o Macumbinha, chefe do CV para a Região Serrana. O traficante, por
sua vez, entregava os GPSs para Bruno instalá-los na frota.
Assim, os criminosos conseguiam
identificar em tempo real a movimentação das viaturas e até descobrir quem eram
os agentes que estavam dentro dos carros.
Ainda de acordo com Barbosa,
Robson também repassava informações sigilosas à facção.
Asfixia na Região Serrana
A Operação Asfixia é
uma iniciativa permanente das forças de segurança do RJ contra o avanço do
Comando Vermelho pelo estado. Nesta quinta, o
objetivo era conter o braço da facção na Região Serrana, que fez
Petrópolis como entreposto. Armas e drogas saíam do Parque União, no Complexo
da Maré.
Wando era um dos alvos dos 18
mandados de prisão, mas não foi encontrado. Luis Felipe Alves
de Azevedo, seu braço direito, também é considerado foragido.
Segundo as investigações, Wando e
Luis se esconderam no Parque União, para onde parte das equipes foi — houve
reação a tiros do tráfico.
Além disso, a Justiça mandou
bloquear cerca de R$ 700 mil em bens da organização criminosa.
O que dizem as autoridades
Nota da Prefeitura de
Petrópolis
“A Prefeitura de Petrópolis
tomou conhecimento da prisão do assessor da Secretaria de Serviços, Robson
Esteves, em operação realizada pela Polícia Civil.
A administração municipal
reforça que não tinha conhecimento sobre qualquer atividade ilícita
praticada pelo servidor, que atuava na Secretaria há alguns anos, e que segundo
a investigação, mantinha uma vida paralela alheia às funções desempenhadas
no Executivo. Diante da gravidade dos fatos, o prefeito determinou a
imediata exoneração do assessor.
A prefeitura está à disposição
das autoridades para colaborar com todas as informações necessárias ao
processo.”
Nota da Polícia Militar
“A Assessoria de Imprensa da
Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que a 7ª Delegacia de Polícia
Judiciária Militar — subordinada à Corregedoria-Geral da Corporação —
acompanhou o cumprimento de um mandado de prisão contra um policial militar,
durante uma ação realizada pela Secretaria de Estado de Polícia Civil.
Posteriormente, o referido
policial será conduzido à Unidade Prisional da SEPM, localizada na cidade de
Niterói, na Região Metropolitana do Rio
de Janeiro. O militar responderá a um processo
administrativo disciplinar, que avaliará a possibilidade de sua permanência
nos quadros da SEPM.
O comando da corporação
reitera que não compactua com desvios de conduta ou crimes cometidos por
seus integrantes, e que atua com rigor na apuração e punição dos envolvidos,
sempre que os fatos forem constatados.”
Nota da Polícia Civil
"Policiais civis da 106ª
DP (Itaipava) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), com apoio do
Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do
Ministério Público, deflagraram, nesta quinta-feira (02/10), a maior operação
contra o tráfico de drogas na Região Serrana. Na segunda fase da "Operação
Asfixia", os agentes foram às ruas para cumprir 18 mandados de prisão
contra narcotraficantes ligados à facção criminosa Comando Vermelho atuantes,
principalmente, em Petrópolis. Além disso, cerca de R$ 700 mil em bens da
organização criminosa foram bloqueados, atingindo o patrimônio usado para
sustentar as atividades ilícitas. No total, 12 criminosos foram presos.
As investigações identificaram
55 envolvidos no esquema, e revelaram que o líder da organização criminosa, seu
braço direito e outros comparsas estão escondidos no Parque União, no Complexo
da Maré, onde também há diligências. Eles são responsáveis por coordenar a
logística de transporte dos entorpecentes. O material ilícito é transportado da
capital para a Região Serrana, sendo redistribuído em diferentes áreas de
Itaipava, cada qual sob a responsabilidade de gerentes locais.
De acordo com os agentes, o
grupo também exercia o controle territorial e aplicava regras violentas à
comunidade, impondo medo e repressão a quem se opunha à facção.
A apuração também demonstrou a
atuação de um policial militar que recebia pagamentos para repassar informações
sigilosas à facção. Ele também facilitava a logística do tráfico e expunha a
atuação de outros policiais, agindo como aliado dos criminosos. As diligências
que levaram à captura dele contaram com o apoio da Corregedoria da Polícia
Militar.
Além disso, um dos alvos presos exerce cargo de assessor especial da Prefeitura de Petrópolis. Isso demonstra a infiltração da facção em estruturas institucionais e a utilização de funções públicas para assegurar a manutenção e expansão de suas atividades ilícitas."
Por Felipe Freire, Francini Augusto, Jefferson Monteiro, Rhayssa
Motta, Bom Dia Rio



0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!