Robson Esteves de Oliveira, que
ocupava cargo de confiança há quatro na Prefeitura, foi preso nesta
quinta-feira (2) durante a operação Asfixia, que investiga a expansão do
Comando Vermelho na Região Serrana do Rio.
Robson Esteves de Oliveira, que
foi preso durante operação da Polícia Cívil, que investiga a expansão do
Comando Vermelho na Região Serrana do Rio, ocupava cargo de confiança
há quatro anos na Prefeitura de Petrópolis .
A prisão ocorreu na manhã desta quinta-feira (2).
Ele é suspeito de atuar como
facilitador logístico da facção, contribuindo com informações e apoio
institucional para o tráfico de drogas. A operação teve como base o Complexo da
Maré, na Zona Norte do Rio, aonde parte dos alvos se escondia e coordenava ações
criminosas para o interior do estado.
Robson ocupava o cargo que
assessor especial, que costuma envolver interlocução direta com secretarias e
apoio a decisões estratégicas do governo.
A Prefeitura de Petrópolis
informou que o servidor será exonerado (nota na íntegra mais abaixo) e
que colaborará com as investigações. Em nota, o governo municipal afirmou ainda
que “repudia qualquer envolvimento de servidores com atividades criminosas”.
O g1 não conseguiu contato com a defesa do assessor até a
última atualização desta reportagem.
Além de Robson, a operação
prendeu outras 11 pessoas, incluindo um sargento da Polícia Militar. Os
investigadores apontam que a facção criminosa vinha ampliando sua atuação em
cidades como Petrópolis e Teresópolis,
com apoio de agentes públicos.
A Polícia Civil segue com as
investigações para identificar outros possíveis envolvidos.
Petrópolis era entreposto
A 106ª DP descobriu que
Petrópolis virou um entreposto do Comando Vermelho para a Região Serrana.
A força-tarefa identificou 55
envolvidos no esquema. Segundo as investigações, Wando da Silva Costa, o
Macumbinha, chefe do CV para a Região Serrana, Luis Felipe Alves de Azevedo,
braço direito dele, e outros comparsas se esconderam na Maré, de onde
coordenavam a logística de transporte dos entorpecentes e de armas para
Petrópolis.
Wando e Luis não foram
encontrados e já são considerados foragidos.
Informantes
O PM Bruno da Cruz Rosa é
apontado como informante do tráfico. “Ele ganhava alguns benefícios, inclusive
dinheiro para divulgar operações na Região Serrana”, afirmou o delegado Victor
Barbosa.
Ainda de acordo com Barbosa, o
assessor Robson Esteves de Oliveira também repassava informações sigilosas à
facção.
Notas das autoridades na
íntegra
Nota da Prefeitura de
Petrópolis
“A Prefeitura de Petrópolis tomou conhecimento da prisão do assessor da
Secretaria de Serviços, Robson Esteves, em operação realizada pela Polícia
Civil.
A administração municipal reforça que não tinha conhecimento sobre
qualquer atividade ilícita praticada pelo servidor, que atuava na Secretaria há
alguns anos, e que segundo a investigação, mantinha uma vida paralela alheia às
funções desempenhadas no Executivo. Diante da gravidade dos fatos, o prefeito
determinou a imediata exoneração do assessor.
A prefeitura está à disposição das autoridades para colaborar com todas
as informações necessárias ao processo.”
Nota da Polícia Militar
“A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar
informa que a 7ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar — subordinada à
Corregedoria-Geral da Corporação — acompanhou o cumprimento de um mandado de
prisão contra um policial militar, durante uma ação realizada pela Secretaria
de Estado de Polícia Civil.
Posteriormente, o referido policial será conduzido à Unidade Prisional
da SEPM, localizada na cidade de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de
Janeiro. O militar responderá a um processo administrativo disciplinar, que
avaliará a possibilidade de sua permanência nos quadros da SEPM.
O comando da corporação reitera que não compactua com desvios de
conduta ou crimes cometidos por seus integrantes, e que atua com rigor na
apuração e punição dos envolvidos, sempre que os fatos forem constatados.”
Nota da Polícia Civil
"Policiais civis da 106ª DP (Itaipava) e da Coordenadoria de
Recursos Especiais (Core), com apoio do Grupo de Atuação Especializada no
Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, deflagraram, nesta
quinta-feira (02/10), a maior operação contra o tráfico de drogas na Região
Serrana. Na segunda fase da "Operação Asfixia", os agentes foram às
ruas para cumprir 18 mandados de prisão contra narcotraficantes ligados à
facção criminosa Comando Vermelho atuantes, principalmente, em Petrópolis. Além
disso, cerca de R$ 700 mil em bens da organização criminosa foram bloqueados,
atingindo o patrimônio usado para sustentar as atividades ilícitas. No total,
12 criminosos foram presos.
As investigações identificaram 55 envolvidos no esquema, e revelaram
que o líder da organização criminosa, seu braço direito e outros comparsas
estão escondidos no Parque União, no Complexo da Maré, onde também há
diligências. Eles são responsáveis por coordenar a logística de transporte dos
entorpecentes. O material ilícito é transportado da capital para a Região
Serrana, sendo redistribuído em diferentes áreas de Itaipava, cada qual sob a
responsabilidade de gerentes locais.
De acordo com os agentes, o grupo também exercia o controle territorial
e aplicava regras violentas à comunidade, impondo medo e repressão a quem se
opunha à facção.
A apuração também demonstrou a atuação de um policial militar que
recebia pagamentos para repassar informações sigilosas à facção. Ele também
facilitava a logística do tráfico e expunha a atuação de outros policiais,
agindo como aliado dos criminosos. As diligências que levaram à captura dele
contaram com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar.
Além disso, um dos alvos presos exerce cargo de assessor especial da
Prefeitura de Petrópolis. Isso demonstra a infiltração da facção em estruturas
institucionais e a utilização de funções públicas para assegurar a manutenção e
expansão de suas atividades ilícitas."
Por Rhayssa Motta, Loara Ramos, g1 — Petrópolis

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