Ex-presidenciável culpou Michel
Temer, Jair Bolsonaro e o próprio Lula pelo escândalo de descontos indevidos em
aposentadorias e pensões da Previdência
O ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT)
voltou a criticar duramente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
nesta terça-feira (6), atribuindo a ele e aos ex-presidentes Michel Temer (MDB)
e Jair Bolsonaro (PL) a responsabilidade pelo escândalo dos descontos ilegais
em aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Em
entrevista coletiva em Fortaleza, Ciro defendeu o ex-ministro da Previdência
Social Carlos Lupi (PDT),
que pediu demissão no último dia 2 após a operação da Polícia Federal e da
Controladoria-Geral da União revelar fraudes bilionárias no INSS.
Segundo o ex-governador do Ceará,
Lupi foi transformado em “fusível” para conter a crise. “Quem é o responsável
político por essa questão? É o Temer, é o Bolsonaro e é o Lula. Transferir para
auxiliares é tentativa de queima de fusível”, afirmou. Ciro, que foi ministro
da Integração Nacional no primeiro governo Lula, classificou o governo atual
como “organicamente corrupto” e criticou a substituição de Lupi pelo
ex-secretário-executivo Wolney Queiroz.
Para ele, Lula agiu para “fritar” Lupi e tentar isentar-se da responsabilidade.
“O Lupi, até onde eu sei, é um homem sério, de vida simples. Não há culpa
direta dele, apenas uma responsabilidade remota, que é política e cabe ao
Lula”, declarou.
Ciro Gomes também defendeu o
aprofundamento das investigações e cobrou punição aos responsáveis. “Isto é
envergonhante para mim. Eu fico morto de vergonha e acho uma indignidade
inexplicável”, disse. A entrevista aconteceu após uma reunião com a bancada da
oposição ao governador Elmano de Freitas (PT)
na Assembleia Legislativa do Ceará. O pedetista apelou pela união das oposições
no estado e declarou apoio à possível candidatura ao Senado do deputado
estadual Alcides Fernandes (PL), reforçando sua estratégia de se distanciar do
governo petista.
O PDT anunciou nesta terça-feira
a saída da base governista na Câmara dos Deputados, adotando uma postura de
independência e indicando que buscará alternativas para a eleição presidencial
de 2026. Ciro, que foi derrotado nas disputas presidenciais de 2018 e 2022,
reafirmou que não será candidato novamente, mas seguirá atuando politicamente.
Na ocasião, o ex-presidenciável
também criticou a gestão estadual do PT no Ceará, apontando problemas nas áreas
de economia, segurança e saúde, e fez duras acusações contra o ministro da
Educação, Camilo
Santana (PT), e seu próprio irmão, o senador Cid Gomes (PSB), a
quem chamou de “cúmplice” da atual administração estadual.
JP
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