‘Ao longo de várias direções da linha de
frente, houve 59 casos de bombardeios russos e cinco ataques de unidades
russas’, escreveu presidente ucraniano nas redes sociais
O presidente da Ucrânia, Volodymyr
Zelensky, afirmou neste domingo (20) que as forças russas prosseguem
com os bombardeios e as ações ofensivas na frente de batalha. A Rússia também
denunciou violações à breve trégua declarada por Vladimir
Putin durante a Páscoa. A trégua de 30 horas que começou no sábado
teria sido a pausa mais significativa dos combates em mais de três anos de
conflito, mas Ucrânia e Rússia denunciaram violações ao cessar-fogo. Desde o
início da trégua, às 15h00 GMT (12h00 de Brasília) de sábado, Zelensky acusou a
Rússia de prosseguir com os ataques e, neste domingo, o chefe de Estado
ucraniano relatou novos bombardeios.
“Ao longo de várias direções da
linha de frente, houve 59 casos de bombardeios russos e cinco ataques de
unidades russas”, escreveu Zelensky nas redes sociais, ao mencionar um boletim
das 6h00 (0h00 de Brasília) do comandante-chefe das Forças Armadas, Oleksander
Sirski. Além disso, ele afirmou que nas seis horas anteriores à meia-noite de
sábado foram registrados 387 bombardeios e 19 ataques por parte das forças
russas. “Na manhã da Páscoa, podemos dizer que o Exército russo tenta criar a
impressão de um cessar-fogo, enquanto em algumas áreas continuam as tentativas
isoladas de avançar e provocar baixas na Ucrânia”, destacou Zelensky. A Força
Aérea ucraniana não informou nenhum bombardeio com drones ou mísseis na manhã
de domingo.
Ataques noturnos em Donetsk
O Ministério da Defesa da Rússia
denunciou que, apesar da trégua, “unidades ucranianas tentaram executar ataques
durante a noite contra posições russas nas áreas de Sukha Balka e Bahatyr”, em
Donetsk, uma região do leste da Ucrânia parcialmente controlada pela Rússia. O
ministério acrescentou que os ataques “foram repelidos”. As autoridades
designadas pela Rússia em territórios ocupados do leste da Ucrânia também
acusaram as forças de Kiev de violação da trégua, com bombardeios contra
vilarejos e localidades da zona controlada pelas tropas de Moscou.
A ordem de Putin de suspender os
combates no fim de semana de Páscoa foi anunciada após meses de tentativas
frustradas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de mediar uma trégua
entre Moscou e Kiev. Na sexta-feira, Washington ameaçou abandonar as
conversações caso não observe avanços nas tentativas de encerrar o conflito,
que começou em fevereiro de 2022 com a invasão da Rússia ao território da
Ucrânia.
Putin anunciou no sábado (19),
durante uma reunião com o comandante do Estado-Maior russo, Valeri Guerasimov,
a declaração de uma trégua das 18h00 (12h00 de Brasília) até a meia-noite do
domingo (18h00 de Brasília). O presidente russo destacou que a trégua para o
Domingo de Páscoa seria adotada por “motivos humanitários”. Zelensky respondeu
na rede social X que “se a Rússia está repentinamente disposta a comprometer-se
de verdade (…) a Ucrânia atuará em consequência, refletindo as ações da
Rússia”. Algumas horas antes, o presidente ucraniano expressou ceticismo e
recordou que Putin havia rejeitado uma proposta anterior de cessar-fogo total e
incondicional de 30 dias e pediu à Rússia para prorrogar a trégua.
“Não podemos confiar na
Rússia”
Em Kiev, muitas pessoas
expressaram dúvidas sobre o respeito à trégua por parte da Rússia, embora
tenham recebido com satisfação a proposta de Zelensky para prolongar um
cessar-fogo. “Eles já quebraram promessas. Infelizmente, não podemos confiar na
Rússia”, afirmou Olga Grachova, uma comerciante de 38 anos. Natalia, uma médica
de 41 anos, lamentou que as ofertas da Ucrânia não sejam correspondidas.
“Ninguém responde”, disse. Em Moscou, Yevgueni Pavlov, 58 anos, afirmou que a
Rússia não deve dar uma trégua à Ucrânia.
“Não há necessidade de dar um
descanso para eles. Se pressionamos, significa que devemos pressionar até o
final”, declarou à AFP. Outras tentativas de estabelecer uma trégua em datas
importantes do calendário cristão, como a Páscoa de 2022 e o Natal ortodoxo de
2023, fracassaram. Em seu discurso de Páscoa neste domingo, Zelensky declarou
que o significado da celebração religiosa é o retrocesso do mal e o triunfo da
vida. “Hoje, estas palavras ressoam no coração de todos os ucranianos. E
reforçam nossa fé, que, apesar de tudo, não vacilou durante 1.152 dias de guerra”,
afirmou.
Com informações da AFP
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