Conforme o ministro, recurso do
PL só vale para os crimes supostamente cometidos após a diplomação do deputado
O ministro do STF (Supremo
Tribunal Federal) Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF, enviou,
nesta quinta-feira (24), um ofício ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo
Motta (Republicanos-PB), afirmando que a Casa não pode suspender a íntegra da
ação penal no STF contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), réu
por tentativa
de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Trata-se de uma resposta a um
ofício do líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). Ele acionou
Zanin após um recurso do PL, para suspender a ação contra Ramagem, iniciar
tramitação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa.
Ao todo, Ramagem é réu por cinco
crimes: Organização criminosa armada; Tentativa de abolição violenta do Estado
Democrático de Direito; Golpe de Estado; Dano qualificado; e Deterioração do
patrimônio público.
Em resposta à Câmara, porém,
Zanin afirma que a suspenção só pode acontecer no âmbito dos crimes de dano
qualificado e deterioração do patrimônio público, pois teriam sido cometidos
após a diplomação dele enquanto deputado.
Para pedir a suspensão da ação
penal contra Ramagem, o PL usou como argumento da prerrogativa à imunidade
parlamentar, prevista no artigo 53 da Constituição. O trecho trata
especificamente sobre crimes cometidos após a diplomação.
Dessa forma, se a Câmara
suspender a ação contra Ramagem, ele continuaria réu por Golpe de Estado,
Organização criminosa armada e Tentativa de abolição violenta do Estado
Democrático de Direito.
Entenda
Na semana passada, o presidente
da CCJ, deputado Paulo Azi (União-BA), designou o deputado Alfredo Gaspar
(União-AL), como relator do recurso. A peça tem de ser analisada pelo Plenário
da Casa em até 45 dias e, para ser aprovada, precisa de ao menos 257 votos. Se
aprovado, o documento precisa passar pelo plenário e, posteriormente, segue
para o STF.
O pedido só vale enquanto durar o
mandato do parlamentar, mas, se ele for reeleito para um posto no Legislativo,
o prazo se estende. No fim de março, o STF tornou Ramagem e outros sete réus
por tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também
está na lista de réus.
R7
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