Alex Manente recusou o provimento
a todos os argumentos sobre o mérito da decisão, já que para ele isso já foi
avaliado no Conselho de Ética, e focou em analisar os vícios de procedimento
O deputado federal Alex Manente (Cidadania-SP)
rejeitou o recurso do parlamentar Glauber Braga (PSOL-RJ)
apresentado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados
contra a decisão do Conselho de Ética, que votou pela cassação do psolista.
Manente é o relator do caso no colegiado. Manente negou o provimento a todos os
argumentos sobre o mérito da decisão, já que, para ele, isso já foi avaliado no
Conselho de Ética, e focou em analisar os vícios de procedimento. O caso está
em análise na CCJ nesta quinta-feira, 24, e deverá ser votado na próxima
semana, já que há a possibilidade de pedido de vista (mais tempo para análise).
No recurso, Glauber alega que adotou uma reação “proporcional” ao agredir um
integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) que havia xingado sua mãe doente, e
que tem sido perseguido pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
Manente refutou o argumento
dizendo que essa análise não cabe à CCJ. “O que se tem, na verdade, é a
tentativa de reabrir discussão sobre a valoração dos elementos probatórios e a
motivação da pena, o que escapa aos limites da competência recursal desta
Comissão” escreveu. O processo contra Glauber foi aberto no Conselho de Ética
em 2024, após o deputado fluminense colocar o influenciador Gabriel Costenaro
para fora da Câmara aos chutes. Imediatamente após a decisão do Conselho de
Ética, Glauber resolveu iniciar uma greve de fome e passou a dormir no plenário
5 da Câmara, mesmo lugar que o colegiado votara por sua cassação.
Ele assim prosseguiu por nove
dias, e suspendeu a greve de fome na quinta-feira anterior, 17, após um acordo
com o presidente da Câmara, Hugo
Motta (Republicanos-PB), que prometeu que a votação do parlamentar
em plenário ocorreria apenas no segundo semestre deste ano. A votação na CCJ é
o penúltimo passo do caminho até a perda do cargo de Glauber. A última fase
ocorrerá no plenário, onde todos os parlamentares poderão votar. Há ainda outra
decisão no Conselho de Ética pendente de análise no plenário. Chiquinho Brazão
(sem partido-RJ), preso preventivamente em março de 2024 sob a acusação de ser
o mandante do assassinato da ex-vereadora do Rio Marielle Franco e do motorista
Anderson Gomes, teve o mandato cassado em agosto de 2024 e ainda aguarda
julgamento.
Enquanto isso, Brazão mantém o
mandato parlamentar, ainda que preso. O parlamentar custou mais de R$ 1,8
milhão dos cofres da Câmara desde março do ano passado. Nesta quarta-feira
(23), Glauber foi tema de conversas entre líderes da oposição. O líder do PL na
Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) foi ao ouvido do senador Ciro Nogueira (PP-PI)
perguntar se o deputado seria cassado. Ciro, um dos principais aliados de Motta
e Lira, assentiu com a cabeça. Perguntado posteriormente pela reportagem se
acredita que Glauber perderá o mandato, Ciro deu uma resposta breve. “Se
depender de mim, sim”, afirmou.
JP
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