A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciou nesta segunda-feira (18) que quatro de seus veículos foram atacados a tiros por homens armados em Porto Príncipe, capital do Haiti. A entidade condenou o atentado e exigiu uma investigação “rigorosa” para identificar os responsáveis, em meio à grave crise de violência que assola o país.
De acordo com um comunicado da
organização médica e humanitária, os veículos, que estavam claramente
identificados com o logotipo da MSF, foram atacados enquanto tentavam retirar,
em segurança, profissionais do Centro de Emergência de Turgeau, no fim de semana.
“Este ataque nos lembra, de forma muito clara,
que ninguém está a salvo da violência constante entre os grupos armados e as
forças de segurança”, declarou Benoit Vasseur, coordenador-geral da MSF no
Haiti. Ele enfatizou que, apesar das precauções tomadas, a organização foi alvo
de um ataque inaceitável e fez um apelo urgente para que todas as partes
envolvidas respeitem os profissionais de saúde, as instalações médicas e os
pacientes.
Desde o final de fevereiro, a
situação em Turgeau, onde a MSF opera um Centro de Referência e Emergências,
piorou drasticamente. Apenas no dia 12 de março, 27 vítimas de violência,
incluindo mulheres e crianças, foram atendidas na unidade. Durante a noite de
14 para 15 de março, a violência se intensificou ainda mais, com grupos armados
chegando a poucos metros do hospital e ameaçando transformá-lo em um campo de
batalha. Diante disso, a MSF decidiu suspender as atividades no local.
“Tivemos que tomar a dolorosa decisão de
suspender as atividades no centro médico para proteger nossa equipe e nossos
pacientes. Atualmente, é impossível continuar trabalhando lá, mas estamos
comprometidos em reabrir a unidade assim que houver condições de segurança”,
afirmou Vasseur. Antes da interrupção das operações, todos os pacientes do
Centro de Emergência de Turgeau foram transferidos para outras unidades de
saúde.
A organização destacou que esta é
a segunda vez, em menos de quatro meses, que foi forçada a interromper as
atividades no Centro de Emergência de Turgeau. Em 22 de novembro, a MSF
suspendeu todas as operações na capital haitiana devido a múltiplos ataques e
ameaças contra seu pessoal. Depois de meses de negociações com as autoridades e
supostas garantias de segurança, as atividades foram retomadas parcialmente em
janeiro, com a reabertura do centro no dia 20 daquele mês.
Contudo, o recrudescimento da
violência e o ataque deliberado aos veículos da MSF durante a recente evacuação
deixam claro que essas garantias não se traduziram em segurança real para os
profissionais e pacientes, concluiu Vasseur
Gazeta Brasil
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