A bolsa de Wall Street fechou
novamente em queda nesta terça-feira, após a mais recente escalada do
presidente Donald Trump em sua guerra comercial, o que colocou Wall Street 9%
abaixo de seu recorde estabelecido há apenas um mês, assim como ocorreu no
mercado europeu, que encerrou o dia com mínimas de mais de um mês.
No velho continente, o índice
paneuropeu STOXX 600 caiu 1,7%, marcando sua quarta sessão consecutiva de
perdas, a sequência de perdas mais longa desde dezembro. Já o setor de
automóveis e autopeças perdeu 1,9% no dia.
Os setores de viagem e lazer
foram os mais afetados, com quedas de 6,1% para a IAG, 5,3% para a Lufthansa e
2,6% para a Entain.
Os principais subsectores do
STOXX 600 e as bolsas regionais seguiram a mesma tendência e também fecharam em
baixa, enquanto o índice de volatilidade da região, o V2TX, subiu para 25.806,
o maior valor em sete meses.
Em Wall Street, o S&P 500
fechou com uma queda de 0,75%, indo para 5.572 pontos, devido aos anúncios e
contra-anúncios entre Trump e o Canadá sobre as tarifas de aço e alumínio, com
um possível aumento de até 50% nas tarifas sobre as importações desses
produtos. O presidente republicano afirmou que era uma resposta às ações do
Canadá, que começou a ameaçar com tarifas a um dos principais parceiros
comerciais dos Estados Unidos, embora depois tenha amenizado suas declarações.
O Índice Industrial Dow Jones,
por sua vez, caiu 1,14%, indo para 41.433 pontos, enquanto o índice tecnológico
Nasdaq perdeu apenas 0,18%, indo para 17.436 pontos.
O dia começou de forma tímida
após segunda-feira, que foi uma das piores jornadas em meses ou até anos para a
bolsa de Nova York, mas logo foi agitado pelos primeiros anúncios da Casa
Branca. Como era de se esperar, os temores de uma possível recessão causada
pela imposição de tarifas se multiplicaram nos últimos dias, o que gerou
nervosismo nos mercados.
“A única coisa que faz sentido é
que o Canadá se torne o nosso querido Estado número 51. Isso faria com que
todas as tarifas, e tudo o mais, desaparecessem completamente”, disse Trump.
Essas tarifas podem prejudicar
diretamente a economia, ao elevar os preços para os consumidores americanos e
prejudicar o comércio mundial. Mesmo que sejam menores do que o temido, todas
essas medidas poderiam gerar incerteza suficiente para levar empresas e
consumidores americanos a uma paralisia que congelaria a economia.
De fato, ao longo do dia, o
nervosismo gerado pelos anúncios foi sentido em Wall Street, onde tanto o
S&P 500 quanto o Nasdaq ficaram momentaneamente em alta, mas acabaram
fechando o dia em queda.
A Delta Air Lines informou no
final de segunda-feira que já observou uma mudança na confiança dos clientes, o
que está afetando a demanda por reservas próximas para seus voos. Isso levou a
companhia aérea a reduzir pela metade sua previsão de crescimento da receita
nos três primeiros meses de 2025, de uma faixa de 7% a 9% para uma faixa de 3%
a 4%.
As ações da Delta caíram 7,1%.
A Southwest Airlines também
revisou para baixo sua previsão de uma importante tendência subjacente de
receita e apontou especificamente para a redução de viagens governamentais,
entre outros fatores, como os incêndios florestais na Califórnia e a “fraqueza
das reservas e das tendências de demanda à medida que o ambiente macroeconômico
se enfraqueceu”.
No entanto, suas ações subiram
7,5% depois que a companhia anunciou que começaria a cobrar de alguns
passageiros pelo despacho de malas e divulgou mudanças para atrair seus
clientes mais fiéis.
A Oracle caiu 4,6% depois que a
gigante tecnológica anunciou lucros e receitas abaixo das expectativas dos
analistas.
As perdas do mercado foram
parcialmente contidas por algumas ações de grandes empresas de tecnologia, que
se estabilizaram um pouco após terem sido duramente atingidas nos últimos
meses.
A Tesla, de Elon Musk, subiu
3,4%, por exemplo, depois que Trump afirmou que compraria um carro do
fabricante em um gesto de apoio à empresa do homem mais rico do mundo.
As vendas e a marca da Tesla
estavam sob pressão, já que Musk tem liderado esforços em Washington para
cortar os gastos do governo federal. As ações da Tesla caíram 43% no ano até
agora.
Outras gigantes da tecnologia,
que haviam levado o mercado a recordes consecutivos nos últimos anos, também
ficaram um pouco mais firmes. A Nvidia subiu 2,2%, reduzindo suas perdas no ano
para menos de 19%. A empresa tem enfrentado dificuldades, já que a liquidação
do mercado afetou especialmente ações consideradas excessivamente caras após o
frenesi de Wall Street em torno da tecnologia de inteligência artificial.
Quedas na Europa
Nos mercados financeiros
internacionais, os índices caíram principalmente na Europa e na Ásia.
Tanto o índice FTSE de Londres
quanto o DAX de Frankfurt e o CAC-40 de Paris fecharam o dia com perdas
significativas superiores a 1%, após uma abertura positiva que não se manteve.
As ações subiram 0,4% em Xangai e
se mantiveram praticamente inalteradas em Hong Kong, enquanto o Congresso
Nacional Anual da China encerrava sua sessão com algumas medidas para ajudar a
impulsionar a desaceleração da economia.
No mercado de renda fixa, os
rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA se mantiveram um pouco mais estáveis
após quedas nos últimos meses devido a preocupações com a economia americana. O
rendimento dos títulos do Tesouro a 10 anos subiu para 4,26%, de 4,22% na
segunda-feira. Em janeiro, estava perto de 4,80%.
Um relatório divulgado nesta
terça-feira pela manhã mostrou que os empresários americanos anunciaram 7,7
milhões de vagas de emprego no final de janeiro, exatamente o que os
economistas esperavam. Essa é a última indicação de que o mercado de trabalho
dos EUA continua relativamente sólido no geral, pelo menos por enquanto, após a
economia ter fechado o ano passado funcionando a um ritmo saudável.
(Com informações da AP)
Gazeta Brasil
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