O procurador-geral da República, Paulo Gonet, concluiu que o ex-chefe do Executivo federal liderou as articulações para dar um golpe de Estado. WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
De acordo com a denúncia,
ex-presidente liderou uma organização criminosa ‘baseada em projeto autoritário
de poder’ e ‘com forte influência de setores militares’
Deputados e senadores
bolsonaristas criticaram nesta terça-feira (18), a denúncia da Procuradoria-Geral
da República (PGR) contra o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL). O procurador-geral da República, Paulo
Gonet, concluiu que o ex-chefe do Executivo federal liderou as
articulações para dar um golpe de Estado.
O líder da Oposição na Câmara,
deputado Luciano Zucco (PL-RS), afirmou que a denúncia
“carece de fundamentação jurídica sólida” e questionou a imparcialidade e a
isenção da PGR. “É imperativo destacar que tal denúncia carece de fundamentação
jurídica sólida e parece estar alicerçada em interpretações subjetivas,
desprovidas de evidências concretas que sustentem as graves acusações
imputadas”, afirmou o líder da oposição.
Zucco disse ainda que a oposição
vai seguir “vigilante e atuante” para garantir que Bolsonaro não seja alvo de
uma “perseguição política disfarçada de procedimento legal”. “A Liderança da
Oposição reafirma seu total apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, um líder que
sempre se pautou pelo respeito à Constituição e ao Estado Democrático de
Direito. Rejeitamos com firmeza qualquer tentativa de criminalização de sua
trajetória política e denunciamos essa ação como uma ofensiva seletiva com
motivações que transcendem o campo jurídico”, disse Zucco.
A líder da Minoria na Câmara,
deputada Caroline de Toni (PL-SC), também disse que
Bolsonaro é alvo de uma “perseguição política”. Segundo a parlamentar, as
provas fundamentadas pela PGR com base no inquérito da Polícia Federal (PF) que
investigou uma tentativa de golpe de Estado são “claramente políticas”.
“A perseguição política no Brasil
tem patronos – e todos sabem quem são. Hoje, o maior líder deste País torna-se
formalmente vítima da ditadura. Um processo cujos fundamentos são claramente
políticos demonstra que o Estado Democrático de Direito não passa de letra
morta. Quem coloca sua digital nisso não tem qualquer respeito pelo Brasil”,
disse De Toni.
A deputada federal Carla
Zambelli (PL-SP) afirmou que a denúncia da PGR reforça a
necessidade de se aprovar o projeto de lei que anistia os condenados pelos atos
do 8 de Janeiro. Publicamente, bolsonaristas haviam afirmado que a proposta
buscava isentar “pessoas comuns” que foram punidas pela depredação dos prédios
públicos.
“A denúncia da PGR contra o
ex-presidente Bolsonaro só reforça a necessidade de aprovarmos a anistia. O
Brasil não pode permitir que a perseguição política se torne arma contra
aqueles que apenas expressaram sua indignação e lutaram por um país mais justo”,
afirmou Zambelli.
De acordo com a denúncia da PGR,
Bolsonaro liderou uma organização criminosa “baseada em projeto autoritário de
poder” e “com forte influência de setores militares”. Também foi apontado como
comandante da trama o ex-ministro da Defesa general Walter Braga Netto, que
está em prisão preventiva.
“A organização tinha por líderes
o próprio presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o
general Braga Neto. Ambos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados
na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e
independência dos poderes e do Estado de Direito democrático”, diz um trecho da
denúncia.
Em nota, os advogados José Luis
Oliveira Lima e Rodrigo Dall’Acqua, que representam Braga
Netto, chamam a denúncia de “fantasiosa”. O texto diz ainda que o
general “está preso há mais de 60 dias e ainda não teve amplo acesso aos autos,
encontra-se preso em razão de uma delação premiada que não lhe foi permitido
conhecer e contraditar”. “A defesa confia na Corte, que o STF irá colocar essa
malfadada investigação nos trilhos”, conclui.
JP
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