CGU analisa 26 ONGs que receberam emendas parlamentares: metade não tem transparência adequada | Rio das Ostras Jornal

CGU analisa 26 ONGs que receberam emendas parlamentares: metade não tem transparência adequada


A Controladoria-Geral da União (CGU) elaborou um relatório sobre a destinação de recursos de emendas parlamentares para organizações não governamentais (ONGs), apontando que metade das 26 entidades fiscalizadas não apresenta mecanismos adequados de transparência.

O documento foi elaborado a pedido do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator de ações que questionam a falta de transparência nos repasses de verbas públicas por meio das emendas parlamentares.

O relatório foi encaminhado ao STF nesta quinta-feira (03) pela Advocacia-Geral da União (AGU), que representa o Poder Executivo nas discussões sobre a indicação e o pagamento das emendas. As emendas parlamentares são recursos previstos no Orçamento da União e destinados a obras e ações em estados ou municípios, conforme a indicação de deputados e senadores.

Desde agosto de 2024, Flávio Dino tem restringido o pagamento dessas emendas, cobrando do Executivo e Legislativo a adoção de um modelo mais transparente para detalhar o destino dos recursos: quem os indicou, onde estão alocados e em que serão aplicados.

A fiscalização da CGU foi realizada por amostragem, com base no volume de recursos repassados às entidades. Foram avaliadas 26 ONGs, de um total superior a 600 que receberam repasses no período de 2020 a 2024.

O relatório aponta que, das 26 entidades selecionadas, 13 (50%) não fornecem transparência adequada ou não divulgam as informações pertinentes. Outras 9 entidades (35%) apresentam dados incompletos, como informações de emendas ou de anos anteriores sem a devida atualização. Apenas 4 entidades (15%) promovem a transparência de maneira adequada, garantindo clareza, acessibilidade, detalhamento e completude das informações.

A CGU ainda destaca que 7 entidades não foram avaliadas por não terem recebido repasses entre 2020 e 2024, embora haja registro de reserva de recursos a partir de 2 de dezembro do ano passado.

No que diz respeito à liberação de recursos para as ONGs com irregularidades detectadas, o relatório conclui que nenhuma das entidades avaliadas possui restrições ou irregularidades registradas no Cadastro de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) ou na lista de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (CEPIM).

Gazeta Brasil

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