As autoridades do Irã executaram dez pessoas condenadas por assassinato e tráfico de drogas, conforme denunciado pela organização não governamental Hengaw. As execuções ocorreram na quarta-feira nas prisões de Ghezel Hesar e Miandoab.
Segundo comunicado da Hengaw,
quatro pessoas foram executadas em Ghezel Hesar após serem condenadas por
assassinato, enquanto outras quatro foram executadas na mesma prisão por crimes
relacionados a drogas.
Além disso, outras duas pessoas,
supostamente de nacionalidade turca, foram executadas na prisão central de
Miandoab após serem sentenciadas por um tribunal local por assassinato. As
autoridades iranianas não se pronunciaram sobre o caso.
A organização Anistia
Internacional afirmou em abril que as autoridades iranianas executaram 853
pessoas em 2023, o maior número nos últimos oito anos. Destas, 481 foram
condenadas por crimes relacionados a drogas.
Em novembro, o regime iraniano
executou pelo menos onze pessoas em um único dia em várias cidades, incluindo
Yasuj, Tabriz, Zahedan e Rasht. Entre as vítimas estava uma mulher, em um dia
que evidenciou o uso extensivo da pena de morte no Irã, gerando preocupações
entre organizações de direitos humanos.
As condenações estão relacionadas
a crimes de drogas e homicídios, e fazem parte de uma campanha cada vez mais
agressiva das autoridades iranianas para dissuadir o crime e consolidar o
controle interno.
As execuções no Irã aumentaram
75% nos dois anos desde a morte da jovem Mahsa Amini, que desencadeou protestos
conhecidos pelo lema “Mulher, Vida, Liberdade”, segundo a ONG Iran Human Rights
(IHRNGO).
Desde 16 de setembro de 2022,
pelo menos 1.425 pessoas foram executadas, quase o dobro dos dois anos
anteriores às manifestações, quando foram registradas 815 execuções, afirmou a
organização sediada em Oslo.
A aplicação da pena capital por
crimes relacionados a drogas aumentou 162% nesse período, de 302 para 796 após
o início dos protestos contra o regime.
As execuções relacionadas a
acusações políticas, como “rebelião”, “corrupção na terra” ou “inimizade contra
Deus”, também aumentaram 84%, de 31 para 57.
A IHRNGO pediu à comunidade
internacional que investigue o uso da pena de morte no Irã como parte da
repressão às manifestações do movimento “Mulher, Vida, Liberdade”.
“A pena de morte é a ferramenta
mais importante da República Islâmica para criar medo na sociedade, com o
objetivo de suprimir as manifestações e impedir novos protestos”, declarou o
diretor da organização, Mahmood Amiry-Moghaddam.
A morte de Amini, após ser detida
pela Polícia da Moralidade por não usar corretamente o véu islâmico, provocou
uma onda de protestos sem precedentes contra a República Islâmica, liderados
por jovens e mulheres.
Segundo a IHRNGO, que afirma
contar com uma rede de fontes no Irã, pelo menos 551 manifestantes, incluindo
68 menores de idade e 49 mulheres, foram mortos pela polícia durante os
protestos.
(Com informações de EP e EFE)
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