Mark Rutte afirmou nesta quinta-feira que a ameaça da Rússia avança rapidamente e alertou que a aliança militar transatlântica deve aumentar significativamente seus gastos com defesa para evitar uma “grande guerra” em seu território.
“O perigo está se aproximando de nós a toda
velocidade”, disse Rutte em uma palestra em Bruxelas, expressando sua convicção
de que “não estamos preparados para o que pode acontecer conosco dentro de
quatro ou cinco anos”.
“O que está acontecendo na Ucrânia pode
acontecer aqui também. É hora de adotar uma mentalidade de guerra e de acelerar
a produção e os gastos com defesa”, alertou durante uma conferência organizada
pelo think tank Carnegie Europe.
Para o ex-primeiro-ministro
holandês, a situação geral de segurança “não é boa. Sem dúvida, é a pior da
minha vida”.
Na sua opinião, “não há uma
ameaça militar iminente” para a OTAN, pois a aliança “se transformou para nos
manter seguros”. No entanto, garantir a segurança exige que a aliança
transatlântica multiplique seus gastos com defesa, fortalecendo as indústrias
nacionais para a produção de equipamentos.
“É hora de adotar uma mentalidade
de guerra e acelerar os nossos gastos com produção e defesa. Quando se trata de
produção de defesa, estou absolutamente convencido de que o aumento é uma
prioridade máxima”, afirmou.
Durante os anos da chamada Guerra
Fria, os europeus “gastaram muito mais de 3% de seu PIB com defesa. Com essa
mentalidade, vencemos a Guerra Fria. Os gastos diminuíram após a queda da
Cortina de Ferro. O mundo estava mais seguro. Não é mais assim.”
Por isso, acrescentou, há uma
década, os países da aliança militar decidiram que “era hora de investir novamente
em defesa” e adotaram a meta de gastar o equivalente a 2% do PIB nacional em
defesa.
Apelo ao apoio à Ucrânia
Rutte reafirmou o apoio dos
membros da aliança à Ucrânia, em um telefonema feito a Volodymyr Zelensky nesta
quinta-feira, após terem acordado que é o momento de reforçar o país invadido
para que “um dia possa entrar em negociações com a Rússia para pôr fim ao
conflito”.
“Nossa prioridade é mais apoio à Ucrânia. Mais
defesa aérea, mais munições e mais rapidamente”, afirmou o líder da OTAN em uma
mensagem nas redes sociais. A ligação com Zelensky foi parte das conversas
desta semana, que incluíram uma reunião de ministros de Relações Exteriores
aliados, na qual o ministro ucraniano, Andri Sibiga, participou para explicar a
situação no terreno e solicitar o convite para aderir à aliança.
Dessa forma, Rutte reafirmou o
apoio dos membros da OTAN a Kiev, após a reunião de ministros, onde foi
acordado que é o momento de fortalecer a Ucrânia para que “um dia possa entrar
em negociações com a Rússia para acabar com o conflito”.
Esse contato ocorre em um momento
em que começa a se espalhar na sede da OTAN a ideia de que Kiev poderia
sentar-se para negociar a cessação das hostilidades com a Rússia, especialmente
porque o presidente ucraniano tem falado de 2025 como o ano para alcançar a
paz.
Entre os ministros de Relações
Exteriores aliados, vários analisaram a situação na Ucrânia e a opção de Kiev
entrar em negociações para pôr fim à agressão russa ordenada por Putin em 2022.
(Com informações da AFP, EP e EFE)
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