A crise política de Justin Trudeau se agrava, com mais membros de seu Partido Liberal pedindo publicamente que o primeiro-ministro canadense se afaste e dê uma chance a um novo líder antes das eleições de 2025.
Jenica Atwin, uma liberal que
ocupa o cargo de secretária parlamentar de um ministro do gabinete, afirmou em
um jornal de sua província natal, New Brunswick, que Trudeau deveria sair e que
ela não se apresentaria para reeleição se ele permanecesse no cargo.
Chad Collins, parlamentar de
Ontário, disse que cerca de 50 liberais eleitos – talvez mais – fazem parte de
um grupo crescente que quer a renúncia do primeiro-ministro. Outros liberais
contrários a Trudeau indicaram números semelhantes, o que representaria cerca
de um terço dos 153 membros liberais na Câmara dos Comuns.
A renúncia de Chrystia Freeland,
ministra das Finanças de Trudeau e sua adjunta por muitos anos, na
segunda-feira, foi um grande choque e causou danos irreparáveis ao
primeiro-ministro, afirmou Collins em entrevista. Freeland revelou que se
afastou após ser informada de que seria transferida para outro cargo no
gabinete. Trudeau lhe comunicou a mudança na sexta-feira, três dias antes de um
importante discurso no qual ele atualizaria o país sobre a situação fiscal e
econômica.
“Não sei quem está dando conselhos a ele.
Posso imaginar. Não são bons conselhos”, disse Collins. “Mas a responsabilidade
é dele pelas decisões que toma, e agora estamos vendo as consequências do que
muitos considerariam uma decisão muito equivocada.”
Em relação ao sucessor, ele
comentou: “Não sei quem seria, mas neste momento, não sei se poderíamos fazer
algo pior”.
Trudeau, de 52 anos, vem
recebendo pressões para deixar o cargo há meses. Em junho, os liberais perderam
uma eleição especial em um distrito de Toronto que mantinham há décadas. Em
setembro, perderam uma vaga em Montreal da mesma forma. Pouco depois, cerca de
duas dezenas de legisladores liberais assinaram uma carta pedindo sua saída.
A renúncia de Freeland, em um
momento em que a economia canadense enfrenta a ameaça de tarifas da possível
administração Trump, transformou o descontentamento em uma crise em larga
escala para Trudeau. O primeiro-ministro cancelou todas as suas entrevistas de
fim de ano e não fez quase nenhuma declaração pública desde a renúncia de
Freeland, exceto por alguns breves comentários em dois eventos do Partido
Liberal.
“Não se trata apenas de um homem, mas de
salvar o nosso partido de uma derrota histórica”, escreveu Wayne Long, outro
deputado liberal de New Brunswick, em uma carta aberta na quarta-feira. As
pesquisas indicam que o Partido Conservador, liderado por Pierre Poilievre,
está a caminho de conquistar um governo majoritário nas próximas eleições.
Se Trudeau tentar continuar, mais
liberais se afastarão da política, alertou Collins. “Acho que o risco é que ele
acabará com uma equipe esquelética de representantes eleitos experientes”.
Gazeta Brasil
(Com informações da Bloomberg)
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