Policiais civis da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), em conjunto com agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), realizaram, nesta terça-feira (15/10), uma operação contra integrantes de uma organização criminosa especializada em roubos e furtos de veículos. O grupo desmontava os automóveis para comercializar suas peças. As diligências contaram com o apoio do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte). As equipes foram às ruas na capital fluminense, em Belford Roxo, Baixada Fluminense, e nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Goiás e Bahia, e, ao todo, 11 pessoas foram presas.
A ação é parte da "Operação
Torniquete", que tem o objetivo de reprimir roubos, furtos e receptação de
cargas e de veículos. Com o trabalho desta terça, a segunda fase da Torniquete
ultrapassou 100 capturados – foram 106 presos em 35 dias.
"Muito mais do que ações de
repressão qualificada, a Torniquete inclui trabalho de inteligência,
investigações e operações, como a de hoje. Essa é a primeira de muitas
operações deste tipo. Muitas outras estão sendo planejadas, inclusive mirando a
lavagem de dinheiro de lideranças das facções criminosas e de todos os beneficiários
desse esquema", destacou o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe
Curi, durante entrevista coletiva na Cidade da Polícia.
Segundo o secretário, essas
modalidades criminosas são fomentadas pelas facções criminosas. No estado do
Rio de Janeiro, 80% dos roubos de veículos e 90% dos roubos de cargas são
praticados por esses grupos, que usam as comunidades que exploram como bases
operacionais para planejar os ataques, esconder seus líderes e levar os bens
subtraídos.
As investigações que levaram à
ação desta revelaram a existência de uma complexa rede envolvida nos crimes. As
diligências apontam que a quadrilha, que era chefiada por Geonário Fernandes
Pereira Moreno, o "Genaro", já falecido, é responsável pela
desmontagem de, aproximadamente, 80 veículos roubados ou furtados por semana,
para fins de comercialização de suas peças e acessórios.
Segundo apurado, os veículos são
levados para as comunidades da Guacha, Gogó da Ema e Santa Tereza, em Belford
Roxo, dominadas por uma facção criminosa que era liderada por
"Genaro". Lá, os automóveis são desmontados, e as peças são
armazenadas em depósitos alugados em nomes de laranjas. Em seguida, o material
é enviado para o estado de São Paulo, de onde são distribuídas para Goiás,
Santa Catarina e Bahia. Nesses estados, as peças são comercializadas por
ferros-velhos e lojas de auto-peças, abastecendo o mercado clandestino.
O inquérito expôs que os
investigados movimentaram mais de R$ 30 milhões no período de um ano, sem que
os mesmos possuam lastro financeiro para tal. As ações do grupo criminoso são
responsáveis por grande impacto no índice de roubo de veículos do estado.
"Hoje, a Polícia Civil
desarticulou uma das principais organizações criminosas especializadas no roubo
de veículos, ligada a uma das principais facções criminosas que atuam no
estado. Esse foi um duro golpe para este grupo", comentou o titular da
Delegacia de Repressão a Entorpecentes, delegado Moysés Santana.
As diligências seguem para
localizar e capturar os envolvidos no esquema que estão foragidos da Justiça.
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