A campanha de Guilherme Boulos, candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, protocolou uma notícia-crime no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o atual governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e seu oponente no segundo turno, Ricardo Nunes (MDB). O caso será analisado pelo ministro Nunes Marques, que também é membro do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ação ocorre em resposta a uma
declaração de Tarcísio, que insinuou que a facção criminosa Primeiro Comando da
Capital (PCC) teria orientado seus membros a votarem em Boulos. O governador
fez essa afirmação após exercer seu direito de voto no Morumbi na manhã deste
domingo (27).
Boulos alegou abuso de poder
político e uso indevido de meios de comunicação, apontando que a fala de
Tarcísio foi um “ato deliberado” para prejudicar sua campanha. O governador
afirmou ter recebido informações sobre o suposto “salve” do PCC através de uma
operação de inteligência da polícia estadual, que teria interceptado
comunicações da facção.
Na notícia-crime, Boulos destaca
que as declarações de Tarcísio têm o potencial de influenciar negativamente o
pleito. “Quando o governador usa essas informações, supostamente provenientes
de um departamento de inteligência, para associar o crime organizado à
política, ele comete um ato claramente ilícito”, diz o documento protocolado.
Além da denúncia no TSE, a
campanha de Boulos também apresentou uma representação ao Tribunal Regional
Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) pedindo a inelegibilidade de Tarcísio e Nunes.
O advogado de Boulos, Francisco Almeida Prado Filho, reforça as acusações de
abuso de poder político e uso indevido de comunicação, mencionando que Tarcísio
já havia disseminado informações prejudiciais em grupos de WhatsApp antes de
sua declaração pública.
O governador Tarcísio, que apoiou
a reeleição de Nunes, afirmou que seu governo tem trabalhado em colaboração com
o Tribunal Regional Eleitoral para investigar a situação. “Estamos atentos e
trocando informações para que as medidas necessárias sejam tomadas”, declarou
Tarcísio após votar.
O presidente do TRE-SP,
desembargador Silmar Fernandes, confirmou o recebimento da representação e
mencionou que, se Tarcísio for condenado, ele poderá enfrentar inelegibilidade
conforme a Lei da Ficha Limpa. No entanto, não foi estipulado um prazo para a tramitação
do caso. “A ação seguirá um rito ordinário, com oitiva de testemunhas e
colheita de depoimentos”, acrescentou Fernandes.
Por fim, a Secretaria de
Segurança Pública de São Paulo informou que a Polícia Civil está investigando
mensagens atribuídas à facção criminosa, que supostamente orientavam a escolha
de candidatos em São Paulo, Santos e Sumaré.
Gazeta Brasil
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