O presidente Luiz Inácio Lula da Silva compartilhou suas angústias nesta quinta-feira (3), ao relatar que esperou por “um milagre” durante os quatro horas e meia que o avião presidencial permaneceu em voo circular, após enfrentar problemas técnicos logo após a decolagem da Cidade do México na última terça-feira (1º). A aeronave, que levava o presidente para o Brasil após sua participação na posse da presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, teve que gastar combustível antes de conseguir retornar ao solo de forma segura.
“Fiquei esperando quatro horas e meia um
milagre de Deus, esperando que o avião não caísse. Pensei muito na minha vida”,
disse Lula em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, acompanhado do
candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL).
O tenente-brigadeiro do ar
Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica, afirmou que ainda não há indícios
de que a falha na aeronave tenha sido provocada por animais. “Não houve
desligamento de motor nem de turbinas. Não descartamos a hipótese de ingestão
de pássaros, mas não temos nenhuma indicação concreta. Ao abrir o motor,
podemos encontrar evidências, e estamos realizando a verificação para o
relatório preliminar, que é a sequência normal de uma investigação”, declarou
Damasceno durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Itamaraty, em
Brasília.
O Centro de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), vinculado à Força Aérea
Brasileira (FAB), já está investigando o incidente. “O Cenipa é o órgão
responsável por verificar qualquer ocorrência fora da normalidade de um voo.
Temos dois técnicos no México realizando a investigação. Não há prazo definido
para o relatório preliminar, mas assim que tivermos uma posição, informaremos,
porque não há o que esconder”, acrescentou o comandante.
Durante a coletiva, Damasceno
também defendeu a necessidade de uma nova aeronave presidencial, enfatizando
que o atual Airbus A319, conhecido como VC-1, está em uso desde 2005 e
completará 20 anos em janeiro de 2025. “Esse avião é muito seguro, mas tem uma
autonomia que atende apenas em parte nossas necessidades. Um país como o nosso,
uma potência mundial, deve ter um avião maior, com mais autonomia e espaço para
transportar o mandatário do país”, afirmou.
Gazeta Brasil
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