Petro busca encerrar conflito de
mais de seis décadas, dialogando com o Estado Maior Central, outra dissidência
das Farc que não assinou o acordo de paz em 2016, e com o Exército de
Libertação Nacional (ELN)
O governo da Colômbia e a Segunda
Marquetalia, uma das dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (Farc),
concordaram em retomar os diálogos de paz que estavam paralisados desde julho,
segundo um comunicado das duas partes divulgado nesta segunda-feira (9). Sem
definir uma data, as delegações acordaram que Havana será a sede
para a “realização do segundo ciclo” das negociações, que começaram em junho
na Venezuela,
afirma o documento. Ainda segundo as partes, prevê-se que nesta semana – em um
dia a ser confirmado – ocorra uma “reunião preparatória” em Tumaco, município
do departamento de Nariño, no sudoeste da Colômbia, região afetada por
conflitos.
Além disso, será realizado um
evento coletivo nos dias 21 e 22 de setembro na mesma localidade, com a
presença de autoridades, líderes sociais e representantes da comunidade. As
conversas entre esta dissidência e o governo de esquerda do presidente Gustavo Petro estavam
suspensas após o cancelamento de uma reunião marcada para 20 de julho. A
Segunda Marquetalia havia aceitado então um cessar-fogo unilateral. O processo
“não avançou nada”, criticou no início de setembro o número dois e chefe
negociador da organização, Walter Mendoza, durante uma entrevista exclusiva em
uma zona rural de Nariño.
O comandante exigiu que uma ordem
de prisão contra Iván Márquez, seu líder histórico e ex-número dois das Farc,
fosse suspensa para que as negociações fossem retomadas. No anúncio desta
segunda-feira, ambas as partes rejeitaram um suposto confronto, sob
investigação das autoridades, entre indígenas awá e o Exército colombiano em
uma área rural de Tumaco, que deixou pelo menos um morto e seis feridos.
“Insistimos na urgência de harmonizar a política de Segurança com os avanços
dos processos de Paz no território, que permitam avançar na desescalada gradual
e integral do conflito armado”, afirmaram as delegações negociadoras no
comunicado. A Segunda Marquetalia está presente em doze regiões da Colômbia e
conta com mais de 1.700 homens, segundo o líder Mendoza. O presidente Petro,
que busca encerrar um conflito de mais de seis décadas, também está dialogando
com o Estado Maior Central, outra dissidência das Farc que não assinou o acordo
de paz em 2016, e com o Exército de Libertação Nacional (ELN).
Por Jovem Pan
*Com informações da AFP
Publicado por Marcelo Bamonte
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