Foram exumados cerca de 340
corpos que haviam sido supostamente enterrados pelas forças israelenses no hospital
Nasser; segundo porta-voz da ONU, as vítimas, incluindo idosos e mulheres,
estavam cobertas por lixo
A Organização das Nações Unidas (ONU) exigiu uma investigação
internacional sobre as valas comuns encontradas nos dois principais hospitais
da Faixa de Gaza (Nasser
e Al Shifa) nesta terça-feira (23) e denunciou o “clima de impunidade reinante”
na região. A Proteção Civil da Faixa de Gaza indicou que desde o último sábado
(20) foram exumados cerca de 340 corpos que haviam sido supostamente enterrados
pelas forças israelenses em valas comuns no hospital Nasser, em Khan Yunis,
número que a ONU tenta verificar. “As vítimas foram enterradas muito
profundamente no solo e cobertas por lixo”, disse Ravina Shamdasani, porta-voz
do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, aos jornalistas. Ela
acrescentou que as vítimas incluíam idosos e mulheres. Outros foram
“encontrados com as mãos amarradas e sem roupas”, relatou.
Já o exército israelense nega ter
enterrado centenas de palestinos nos hospitais e declarou que a acusação é
“infundada”. “As acusações de que as Forças de Defesa de Israel (FDI)
enterraram corpos palestinos são infundadas”, disse. O exército acrescentou,
ainda, que corpos foram exumados para verificar se havia reféns entre eles,
antes de enterrá-los novamente. Segundo Israel, o Hamas usa hospitais para
realizar ataques e esconder túneis e armas. O movimento islamista palestino
nega estas acusações.
No início de abril, a Organização
Mundial da Saúde (OMS)
observou que o hospital Al Shifa, o principal hospital do enclave palestino,
foi sido reduzido a uma “concha vazia” com muitos corpos. O gabinete do
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos declarou-se
“horrorizado” com a destruição dos dois principais hospitais de Gaza. O alto comissário
para os Direitos Humanos, Volker Türk, exigiu “investigações independentes,
eficazes e transparentes” sobre o ocorrido. “Dado o clima de impunidade
reinante, os investigadores internacionais devem participar neste processo”,
afirmou.
Por Jovem Pan
*Com informações da AFP
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