Wilson WitzelJefferson Rudy/Agência Senado
Decisão
acontece em função de um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro, que
argumenta que o ex-governador cometeu crimes contra a honra do senador
Rio - A Justiça
do Rio deu 15 dias para que Wilson Witzel explique suas falas na CPI da Covid.
A decisão acontece em função de um pedido da defesa de Flávio Bolsonaro, que
argumenta que o ex-governador cometeu crimes contra honra do
senador. Protocolado na sexta-feira (25), o documento sustenta que as
falas de Witzel podem ser tipificadas como calúnia, difamação e injúria e pedem
esclarecimento sobre dois momentos de seu depoimento: uma
afirmação de que hospitais federais do Rio teriam "donos" e outra que
faz alusão à morte da vereadora Marielle Franco.
Durante a
oitiva na CPI, no dia 16, os ânimos ficaram agitados entre Flávio
Bolsonaro, o ex-governador e Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI. Na
entrevista, o ex-governador voltou a dizer que a "perseguição" contra
ele começou quando prometeu dar independência para a polícia investigar o
assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco. "A polícia chegou aos
dois que moravam no condomínio do presidente. A partir daquele momento, o presidente
não falou mais comigo", disse Witzel sobre o caso Marielle.
O episódio
envolve uma declaração do porteiro do condomínio Vivendas da Barra, que num
primeiro momento das investigações confirmou a entrada de Elcio Queiroz (um dos
acusados pela execução de Marielle) na casa 58, do presidente Jair Bolsonaro,
na planilha de controle do condomínio. No entanto, em depoimento à Polícia
Federal, o porteiro afirmou ter lançado errado o registro de entrada. Apesar de
dizer que se sentiu "pressionado", Alberto Mateus afirmou que ninguém
o obrigou a prestar a versão em que mencionava o presidente.
Durante o
bate-boca que protagonizou com o senador Flavio, Witzel chegou a dizer que não
era "porteiro" para ser intimidado pelo filho do presidente
Bolsonaro. "Pode ficar tranquilo que eu não sou porteiro. Não vai me
intimar, não", disse o ex-governador.
'Corro risco
de vida'
Witzel também
falou sobre o risco de vida que corre com os milicianos ligados à saúde.
"Corro risco de vida, por causa da máfia da saúde no Rio de Janeiro e quem
está envolvido por trás dela. Tenho certeza que tem miliciano envolvido por
trás disso. Inclusive, manifestei minha vontade de vida de deixar o país para
manter minha integridade física, minha e da minha família", disse Witzel.
Ele contou
ainda sobre um episódio com ex-ministro da Justiça Sergio Moro no qual o
ex-juiz federal teria passado um "recado" de Bolsonaro a Witzel.
Segundo o relato do ex-governador, Moro disse a ele para "parar de falar
que quer ser presidente", a pedido de Bolsonaro, a quem Moro chamava de
"chefe". "Acho que papel de menino de recado não se espera de
você que, como eu, é magistrado de carreira", afirmou Witzel sobre o que
teria dito ao ex-ministro. Segundo o governador cassado, Moro relatou a ele que
a reunião entre os dois não poderia se tornar pública.
"Há indícios de intervenção no RJ no caso Marielle e atos de perseguição
contra mim", disse o ex-governador, segundo quem Bolsonaro o chamou de
"estrume, ditador e leviano".
O DIA tenta contato com a defesa
de Wilson Witzel. O espaço está aberto para manifestações.
POR O DIA
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