Armamento entregues pela polícia após operação.
PAULO RUBERT/ RECORD TV
Ação
policial na comunidade da zona norte do Rio, nesta quinta (6), terminou
com 25 mortos, sendo um policial e 24 civis
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) informou que vai apurar os relatos de abuso policial na operação desta quinta-feira (6), no Jacarezinho, zona norte da capital fluminense. Com 25 mortos, sendo um policial e 24 civis, a incursão é a de maior letalidade da História do Estado. Cabe ao MP-RJ a função de monitorar a atividade policial — no caso de hoje, a da Polícia Civil.
"O MP-RJ,
desde o conhecimento das primeiras notícias referentes à realização da operação
que vitimou 24 civis e 1 policial civil, vem adotando todas as medidas para a
verificação dos fundamentos e circunstâncias que envolvem a operação e mortes
decorrentes da intervenção policial, de modo a permitir a abertura de
investigação independente para apuração dos fatos, com a adoção das medidas de
responsabilização aplicáveis", disse o órgão.
A nota também
reforça a "extrema e reconhecida gravidade" do episódio para dizer
que as apurações serão conduzidas com autonomia. Relatos de abusos na operação
chegaram ao MP por meio do Plantão Permanente criado pela instituição, que
funciona no número (21) 2215-7003 — via telefone ou WhatsApp Business.
"Cabe
ressaltar que, logo pela manhã, a atuação da Coordenação de Segurança Pública,
do Grupo Temático Temporário e da Promotoria de Investigação Penal teve início
a partir do conhecimento dos fatos pela divulgação na imprensa e redes
sociais", afirmou o MP, dizendo ainda que a retomada da tranquilidade no
Jacarezinho não ocorreu até o final desta tarde.
Outro ponto
esclarecido na nota envolve a justificativa para a operação policial, hoje uma
obrigação das polícias por decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo
Tribunal Federal (STF). Ele proibiu as incursões - exceto em casos excepcionais
- durante a pandemia. O MP não precisa autorizar previamente a empreitada
policial, e sim ser avisada sobre ela com as devidas explicações. Segundo a
Promotoria, isso ocorreu às 9h, quase três horas após o início da operação.
"A Polícia
Civil apontou a extrema violência imposta pela organização criminosa como
elemento ensejador da urgência e excepcionalidade para realização da operação,
elencando a 'prática reiterada do tráfico de drogas, inclusive com a prática de
homicídios, com constantes violação aos direitos fundamentais de crianças e
adolescentes e demais moradores que residem nessas comunidades' como
justificativas para a sua necessidade", apontou o comunicado, que também
citou a existência de um local de armazenamento de armas e drogas.
A operação de
hoje tem mobilizado uma série de instituições e associações. Além do MP, a
Defensoria, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e as comissões de Direitos
Humanos da Alerj e da Câmara Municipal já manifestaram preocupação com o
resultado desastroso da incursão policial.
Agência Estado
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