Sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília
Foto: Reprodução/Flickr (Vismar Ravagnani)
Para ministros
do Supremo, presidente retomou uma 'manobra antiga', usada quando ele se sente
acuado e se desgastando
Após o
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmar nesta quarta-feira
(5) que avalia editar um decreto para garantir a "liberdade de
culto, de poder trabalhar e o direito de ir e vir”, ministros do STF (Supremo
Tribunal Federal) decidiram “dar de ombros” para a fala do presidente e
responder “se acionado, com decisões efetivas”. As informações são da âncora
Daniela Lima e da analista Renata Agostini, da CNN.
Os ministros do
STF ouvidos pela CNN afirmam que Bolsonaro retomou uma
“manobra antiga”, usada quando ele se sente acuado e se desgastando. Disseram
também que o presidente não tem apoio para fazer ameaças com o uso de força,
como ele insinuou em sua fala nesta quarta-feira (5).
Os ministros da
Suprema Corte também questionaram os impactos da fala de Bolsonaro sobre a
China ao questionar a origem da Covid-19, dizendo que o presidente
escorrega em “manobra diversionista”, que pode custar caro depois de o Brasil
perder alinhamento com os Estados Unidos e a China dar demonstrações claras de
cansaço com a “diplomacia errática” conduzida no Planalto.
Dois ministros tentaram
colocar panos quentes dizendo que o presidente mostra nos bastidores
preocupação com cenas de pessoas sendo impedidas de ir e vir.
Decreto em
avaliação
Nesta
quarta-feira, Bolsonaro afirmou que avalia editar um decreto para garantir a
"liberdade de culto, de poder trabalhar e o direito de ir e vir”. Segundo
o presidente, a medida "não poderá ser contestada por nenhum
tribunal".
Durante
cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente voltou a afirmar que
"homens e mulheres seguem impedidos de ir à praia ou à igreja", se
referindo às medidas de isolamento decretadas por governadores e prefeitos para
contenção da disseminação do coronavírus.
“Peço a Deus
que não tenha que baixar esse decreto, mas se baixar ele será cumprido. Com
todas as forças que todos os meus ministros têm. E não será contestado esse
decreto. Não ousem contestar, quem quer que seja. Sei que o legislativo não
contestará, afinal, vocês fizeram a Constituição de 88, ali está a alma do
povo.”
“O Brasil não
pode ser condenado ao fracasso porque alguém delegou competências esdrúxulas a
governadores e prefeitos.”, disse o presidente.
No ano passado,
o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, por unanimidade, a liminar do
ministro Alexandre de Moraes que garantiu a governadores e prefeitos também
adotar medidas de isolamento social.
Da CNN, em
São Paulo
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