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Os cristãos na
China dizem que a última onda de perseguição contra eles é pior do que a que a
Igreja experimentou durante o auge da “Revolução Cultural” de Mao. Os cristãos
têm sofrido pressões contínuas sob a ditadura comunista de
Xi Jinping, mas dizem que a opressão do governo se intensificou desde o início
da pandemia de Covid-19, no início deste ano.
Em 22 de julho
de 2020, uma batida forte na porta pôde ser ouvida na casa de uma mulher na
cidade chinesa de Xiamen. Ela disse à polícia do lado de fora que eles não
podiam entrar em sua casa sem uma licença. Momentos depois, eles destruíram a
fechadura e entram mesmo assim, violando suas próprias leis e acusando a mulher
de realizar uma “reunião ilegal”.
Quatro dias
depois, no domingo, 26 de julho, funcionários do governo removeram a cruz do
telhado da “Igreja Cristã do Pequeno Rio”, no condado de Xinfeng, na província
de Jiangxi.
Esses são
apenas dois exemplos recentes ocorridos da repressão do Partido Comunista
Chinês aos cristãos e suas igrejas.
O presidente da
organização China Aid,
Bob Fu, disse em uma entrevista à CBN News que essa onda de perseguição
realmente começou em 2015, mas que agora o Partido Comunista Chinês tem uma
nova desculpa para alvejar os cristãos.
“Agora, sob o
pretexto do coronavírus Covid-19, o Partido Comunista Chinês intensificou sua
perseguição ao banir todas as atividades da igreja – até mesmo os cultos de
adoração, reuniões de oração nas próprias casas dos fiéis com seus próprios
familiares”, disse Bob Fu.
O governo
comunista também usou a pandemia como desculpa para prender cristãos que
convocavam reuniões de oração online.
A Bitter Winter informou sobre a remoção de cruzes de edifícios de igrejas e que, neste
mês, ganhou força. Além da remoção da cruz da Igreja do Pequeno Rio, no dia 7
de julho mais de 100 policiais do Departamento de Segurança Pública (PSB) e
outros foram enviados para supervisionar a demolição das cruzes na Igreja
Cristã Aodi e na Igreja Cristã Yinchang, na província chinesa de Zhejiang.
Os guardas de
segurança espancaram os cristãos que tentaram impedir as remoções. Membros da
igreja disseram que entre os feridos está um homem na casa dos 80 anos, que foi
violentamente empurrado para o chão.
E em 5 de
julho, a polícia interrompeu os cultos na Igreja Guilin Enguang, prendendo
líderes da igreja. Horas depois, os membros da igreja cantaram hinos do lado de
fora do escritório de Segurança Pública, enquanto aguardavam a libertação de
seus líderes.
Fu disse que
tudo isso faz parte de uma nova campanha de ‘sinicização’, que significa que os
cristãos só são considerados ‘bons cidadãos’ se aderirem à ideologia comunista.
“Ironicamente,
o retrato do ditador Xi Jinping foi até colocado no púlpito da igreja junto ao
de Mao; e o primeiro item de adoração para a igreja cumprir e sancionado pelo
governo comunista chinês antes da Covid-19 foi cantar o Hino Nacional do
Partido Comunista [nos cultos]”, explicou Fu.
Os exemplos vão
além das igrejas. Na cidade de Fuzhou, uma família católica foi forçada a deixar
sua casa subsidiada pelo governo depois de se recusar a remover ícones
religiosos de sua casa.
E o Escritório
de Assuntos Religiosos da China (RAB) proibiu “cerimônias fúnebres religiosas”
e pregação em locais funerários.
Enquanto isso,
os cristãos não são os únicos que sofrem. Os uigures – uma minoria
étnica do Turquestão Oriental – uma região que o governo chinês chama de
Xinjiang – estão sob ataque.
“A China é o
‘lar’ de uma das piores crises de direitos humanos de nosso tempo. É
realmente a mancha do século”, insistiu o secretário de Estado americano, Mike
Pompeo.
O Conselho dos Estados Unidos
sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) vai além, chamando
isso de genocídio.
Durante anos, o
governo comunista chinês obrigou as mulheres uigures a abortar. Agora, ocorreu um
novo desenvolvimento. O Presidente do governo do Turquestão Oriental no exílio disse
à Global Lane que a China também está realizando esterilização forçada.
“Centenas de
milhares de uigures e outras mulheres turcas foram esterilizadas à força pelo
governo chinês. A China tem uma política de longa data de abortar à força os
uigures e outros bebês turcos. Na verdade, de acordo com o governo chinês,
entre 1979 e 2009 eles ‘evitaram’ 3,7 milhões de nascimentos ilegais no
Turquistão Oriental.”
Além disso,
Hudayar e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos disseram que a China
deteve à força cerca de 3 milhões de Uigures em campos de reeducação e
trabalhos forçados.
“Pequim
descreveu os campos de internamento de Xijiang como campos de treinamento
vocacional. Novos relatos de abortos e esterilizações forçadas aumentam um
conjunto de evidências que contradiz isso”, explicou Pompeo.
O Departamento
de Estado dos EUA alertou CEOs corporativos e outros sobre o uso de mão de obra
escrava uigur pela China, para que eles não se envolvam. Enquanto isso, o
Governo do Turquestão Oriental no Exílio está levando seu caso ao Tribunal
Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda.
Mas seja a
perseguição de uigures ou cristãos, o governo comunista da China provavelmente
ignorará a indignação internacional – descrevendo-a como “interferência
estrangeira” nos assuntos internos chineses.
Por Thaís Garcia
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